O professor do curso de Psicologia da Estácio, Carlos Eduardo Pereira analisa o impacto destas agressões nas vítimas. Debate mundial foi desencadeado após insultos racistas constantes ao jogador Vinícius Júnior no Campeonato Espanhol.
Por Roberta Oliveira
Há mais de uma semana, o racismo é uma pauta mundial. Na rodada do fim de semana, uma campanha antirracista foi realizada nas partidas do Campeonato Mineiro.
Tudo é consequência da reincidência dos insultos racistas sofridos pelo jogador Vinícius Júnior nos campos da Espanha.
O problema vai além das arquibancadas dos estádios de futebol – porque em diferentes espaços sociais mundo afora – inclusive no Brasil – as atitudes racistas seguem ocorrendo.
Grupo pode fortalecer a crueldade
No caso sofrido por Vinícius Júnior e por outros jogadores de futebol, o professor do curso de Psicologia da Estácio, Carlos Eduardo Pereira destaca que estar em grupo incentiva as pessoas a assumirem posicionamentos que são socialmente inaceitáveis ou mesmo considerados crimes pela legislação vigente. Segundo ele, em grupo, aumenta a chance do ser humano se sentir fortalecido em agir de forma cruel.
Vários fatores levam uma pessoa a ser racista, como destaca Carlos Eduardo Pereira.
O professor do curso de Psicologia da Estácio reforça que o racismo tem papel determinante na estrutura social construída ao longo dos tempos.
Estas circunstâncias criam o cenário perfeito para as recorrentes atitudes racistas registradas em diferentes aspectos da sociedade, como comenta Carlos Eduardo Pereira.
O professor do curso de Psicologia da Estácio, Carlos Eduardo Pereira ressalta os impactos psicológicos nas vítimas do racismo – e como isso influencia as atitudes e comportamentos delas.
Punições da Conmebol e de La Liga
A Comissão Disciplinar da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) está investigando as denúncias de racismo contra dois jogadores do Santos no jogo no dia 25 de maio contra o Audax Italiano no Chile pela Copa Sul-Americana. Ainda não foi divulgado prazo para uma definição.
Também na semana passada o Racing da Argentina foi multado em 100 mil dólares, cerca de 500 mil reais, por gestos racistas de torcedores em um jogo contra o Flamengo pela Libertadores.
No caso dos insultos racistas reincidentes contra Vinicius Júnior, do Real Madrid, sete pessoas foram presas: quatro em Madri, por causa do boneco pendurado na ponte, caso que ocorreu em janeiro e três que estavam na arquibancada no estádio Mestalla, em Valência. Todos já foram soltos e vão responder em liberdade.
E mesmo após a comoção mundial a favor do brasileiro, as punições aplicadas ao Valencia foram reduzidas. Passaram de fechamento da arquibancada de cinco para dois jogos e a multa caiu de € 45 mil, o que equivale a R$ 241 mil, para € 27 mil, R$ 144 mil.
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