Alta taxa de Ansiedade e preocupante prevalência de Depressão no Brasil merecem atenção não somente durante o Setembro Amarelo, mas ao longo de todo ano - “Se precisar, peça ajuda!”
Por Fabíola Castro
Na última estimativa global de transtornos mentais conduzida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil emergiu com um indicador alarmante: a maior proporção de pessoas ansiosas do mundo, correspondendo a 9,3% da população. Além disso, o país ocupa a segunda posição nas Américas em termos de prevalência de depressão. Os dados apontam para um cenário complexo relacionado à saúde mental dos brasileiros, revelando a urgente necessidade de atenção e cuidado nesse âmbito.
A saúde mental é um tema de grande relevância que ainda carrega estigmas e receios. Falar sobre isso é importante, mas muitas vezes é um tabu. Isso torna a busca por tratamento uma tarefa árdua, embora o desejo de aliviar dores, insônia e angústia permaneça forte.
Os dados da OMS sobre a situação da saúde mental no Brasil reforçam a necessidade de ampla conscientização e acesso a tratamentos adequados. A ansiedade e a depressão não podem ser ignoradas. A busca por ajuda profissional, seja por meio da terapia ou da medicação, deve ser encorajada e apoiada como parte essencial da promoção da saúde mental.
O suicídio é uma triste realidade que atinge o mundo todo. De acordo com a última pesquisa realizada pela Organização Mundial da Saúde em 2019, são registrados mais de 700 mil suicídios em todo o mundo, sem contar com os episódios subnotificados, pois com isso, estima-se mais de 1 milhão de casos. No Brasil, os registros se aproximam de 14 mil casos por ano, ou seja, em média 38 pessoas cometem suicídio por dia.
A professora do curso de Psicologia do Centro Universitário Estácio em Juiz de Fora, Valéria Wanda, conversa hoje com a gente e fala sobre a importância do diálogo sobre a saúde mental, da divulgação de informações corretas e encorajadoras pela busca de ajuda em caso de necessidade.
Confira:
Setembro é dedicado à prevenção ao suicídio. É preciso falar mais sobre esse assunto, conscientizar que buscar ajuda é o melhor caminho?
Como observar alguns sinais de alerta em pessoas próximas e oferecer ajuda?
Falar abertamente sobre a saúde mental quando percebemos algum problema é também importante?
Falamos do Setembro Amarelo, mas a iniciativa deve reverberar e repercutir durante todo o ano?
Em 2023, o lema é “Se precisar, peça ajuda!”, algo importante para se destacar sempre? E onde e como buscar ajuda?
Sobre o tratamento psicológico quando a pessoa percebe que não está bem mentalmente, você citou algumas formas de buscar ajuda, atendimento especializado. Fazer terapias ainda é algo difícil para as pessoas?
Como poderia então ser escolha de um profissional para o tratamento?
Amigos, familiares têm nesses casos uma função importante no tratamento, na busca por ajuda?
Quais as suas considerações para finalizar?
Paróquias oferecem ajuda
Para quem precisa e busca ajuda para tratamentos psicológicos paróquias da Arquidiocese de Juiz de Fora têm serviços de parceria com psicólogos. Uma delas é a Paróquia São Geraldo do Bairro Teixeiras e o pároco, Padre Tarcisio Monay explica como fazer.
Confira também:
Sobre o serviço de psicologia oferecido pelo Centro Universitário Estácio de Juiz de Fora que a professora citou na entrevista, a pessoa interessada pode acessar o perfil do curso de Psicologia no Instagram @cursopsicologiaestaciojf e lá na bio tem o link para que ela preencha o formulário para entrar na fila de espera.
Há também um serviço chamado Centro de Valorização da Vida – CVV, que realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo por telefone, e-mail e chat 24 horas todos os dias. O site com todas essas informações é o www.cvv.org.br.
Reforçando, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que mais de 700 mil pessoas morrem por suicídio a cada ano e que quase 77% de todos os suicídios globais ocorram em países de baixa e média renda. É a quarta maior causa de mortes de jovens de 15 a 29 anos de idade.
Conforme o Ministério da Saúde (MS), para cada suicídio, há muitos mais que o tentam ou têm ideação suicida grave. O comportamento suicida impacta profundamente as famílias e comunidades e continua sendo um desafio universal com milhões de pessoas impactadas. A redução da mortalidade por suicídio é de importância global e uma consideração vital para a saúde pública.
A Secretaria de Saúde de Juiz de Fora por meio do Departamento de Saúde Mental, possui atendimento psicossocial voltado para os casos de transtorno grave e persistente. Diante disso, são realizados atendimentos multiprofissionais para o cuidado da crise em saúde mental. A porta de entrada preferencial aos Centros de Atenção Psicossociais (Caps) são as Unidades Básicas de Saúde (UBS), que fazem matriciamento (estudo de caso, referência e contrarreferência) com as unidades de Caps, encaminhando os pacientes que necessitem do tratamento.
Se precisar, busque ajuda! Se perceber alguém que precise, ofereça ajuda!
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