top of page
  • Foto do escritorRadio Catedral

"São Bento nos ensina o valor da oração e do trabalho", diz Dom Gil Antônio Moreira

Por Roberta Oliveira



Nesta segunda-feira, 11 de julho, a Igreja Católica celebra São Bento. Comunidades na Arquidiocese de Juiz de Fora homenagearam o padroeiro nos últimos dias. Em vídeo publicado nas redes sociais, o Arcebispo Metropolitano, Dom Gil Antônio Moreira, reforçou como o exemplo do santo de Núrcia está muito vivo entre os católicos.


Nesta segunda, a comunidade São Bento no bairro Borborema, em Juiz de Fora, tem missa festiva às 19h. Este é o mesmo horário da celebração na Igreja de São Bento no Distrito de Sobragy, em Belmiro Braga. Em Bias Fortes, duas igrejas na área rural celebram São Bento: em Cavas terá oração do Terço às 15h. Em Teixeiras, haverá procissão e Terço a partir das 16h.


"Reza e Trabalha": o legado de São Bento, segundo Dom Gil


Em vídeo publicado nas redes sociais da Arquidiocese, o Arcebispo Metropolitano Dom Gil Antônio Moreira falou sobre a presença de São Bento em nossa Igreja Particular.


Dom Gil Antônio Moreira lembrou que o lema de São Bento inspira os católicos à oração e ao serviço.


Medalha de São Bento



Oração da Medalha de São Bento


“A Cruz Sagrada seja a minha luz, não seja o dragão o meu guia. Retira-te, satanás! Nunca me aconselhes coisas vãs. É mau o que tu me ofereces. Bebe tu mesmo os teus venenos!”
“Ó Deus, Vós que Vos dignastes derramar sobre o bem-aventurado confessor, o Patriarca, o espírito de todos os justos, concedei a nós, Vossos servos e servas, a graça de nos revestirmos desse mesmo espírito, para que possamos, com o Vosso auxílio, fielmente cumprir o que temos prometido. Por Jesus Cristo nosso Senhor. Amém!”


História de São Bento*


Em 1964, Paulo VI declarava São Bento padroeiro principal da Europa, tributando desse modo justo reconhecimento ao santo a quem a civilização europeia deve muito. Nascido Benedetto da Nórcia, foi um monge italiano, fundador da Ordem dos Beneditinos, uma das maiores ordens monásticas do mundo. Foi o criador da Regra de São Bento, um dos mais importantes e utilizados regulamentos de vida monástica, inspiração de muitas outras comunidades religiosas. Era irmão gêmeo de Santa Escolástica. Foi designado patrono da Alemanha também. É venerado não apenas por católicos, como também por ortodoxos. Foi o fundador da Abadia do Monte Cassino, na Itália, destruída durante a Segunda Guerra Mundial e posteriormente restaurada.


Quatro anos antes do seu nascimento, que foi em Núrcia, pelo ano de 480, o bárbaro rei dos hérulos matou o último imperador romano, fechou definitivamente o capítulo do domínio de Roma: a sobrevivência da cultura romana só foi possível através do empenho religioso e cultural dos monges. Com São Bento abre-se precisamente o glorioso capítulo da vida monástica ocidental.

Bento pertencia à influente e nobre família Anícia e tinha uma irmã gêmea chamada Escolástica, também fundadora e santa da Igreja. Era ainda muito jovem quando foi enviado a Roma para aprender retórica e filosofia. No entanto, decepcionado com a vida mundana e superficial da cidade eterna, retirou-se para Enfide, hoje chamada de Affile. Levando uma vida ascética e reclusa, passou a se dedicar ao estudo da Bíblia e do cristianismo.


Ainda não satisfeito, aos vinte anos isolou-se numa gruta do monte Subiaco, sob orientação espiritual de um velho monge da região chamado Romano. Assim viveu por três anos, na oração e na penitência, estudando muito. Depois, agregou-se aos monges de Vicovaro, que logo o elegeram seu prior. Mas a disciplina exigida por Bento era tão rígida, que esses monges indolentes tentaram envenená-lo. Segundo seu biógrafo, ele teria escapado porque, ao benzer o cálice que lhe fora oferecido, o mesmo se partiu em pedaços.


Bento abandonou, então, o convento e, na companhia de mais alguns jovens, entre eles Plácido e Mauro, emigrou para Nápoles. Lá, no sopé do monte Cassino, onde antes fora um templo pagão, construiu o seu primeiro mosteiro.


Era fechado dos quatro lados como uma fortaleza e aberto no alto como uma grande vasilha que recebia a luz do céu. O símbolo e emblema que escolheu foram a cruz e o arado, que passaram a ser o exemplo da vida católica dali em diante.


As regras rígidas não poderiam ser mais simples: “Ora e trabalha”. Acrescentando-se a esse lema “leia”, pois, para Bento, a leitura devia ter um espaço especial na vida do monge, principalmente a das Sagradas Escrituras. Desse modo, estabelecia-se o ritmo da vida monástica: o justo equilíbrio, do corpo, da alma e do espírito, para manter o ser humano em comunhão com Deus. Ainda, registrou que o monge deve ser “não soberbo, não violento, não comilão, não dorminhoco, não preguiçoso, não detrator, não murmurador”.


A oração e o trabalho seriam o caminho para edificar espiritual e materialmente a nova sociedade sobre as ruínas do Império Romano que acabara definitivamente. Nesse período, tão crítico para o continente europeu, este monge tão simples, e por isto tão inspirado, propôs um novo modelo de homem: aquele que vive em completa união com Deus, através do seu próprio trabalho, fabricando os próprios instrumentos para lavrar a terra. A partir de Bento, criou-se uma rede monástica, que possibilitou o renascimento da Europa.


Celebrado pela Igreja no dia 11 de julho, ele teria profetizado a morte de sua irmã e a própria. São Bento não foi o fundador do monaquismo cristão, que já existia havia três séculos no Oriente. Mas merece o título de “Pai do Monaquismo Ocidental”, que ali só se estabeleceu graças às regras que ele elaborou para os seus monges, hoje chamados “beneditinos”.


614 visualizações0 comentário

Comments


bottom of page