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Papa Leão XIV: 'A economia da comunicação deve caminhar junto com a verdade'

  • Foto do escritor: Silvia Carvalho
    Silvia Carvalho
  • há 57 minutos
  • 3 min de leitura

Por Thulio Fonseca - Vatican News


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O Papa Leão recebeu nesta sexta (7) os membros do Conselho Consultivo da RCS Academy, uma escola de formação avançada nas áreas de jornalismo, economia, comunicação e negócios. A instituição, comprometida com a reflexão sobre o papel ético da informação, reuniu-se para discutir o tema de um “novo humanismo na era digital”.


Ao saudar o grupo, o Papa Leão XIV expressou alegria por encontrá-los “em dias de especial empenho”, e reconheceu o valor do debate sobre ética e inteligência artificial, e sobre o papel da comunicação “a serviço das pessoas”, para que ela não se transforme “num sistema de algoritmos que reproduzem indefinidamente, sem consciência ou discernimento, os nossos raciocínios, transformando-os em simples dados”.


Educação e dignidade humana

O Pontífice destacou que a missão da RCS Academy é também educativa, pois “a educação é o que torna ativa e transformadora a igual dignidade de todos os seres humanos”, promovendo uma cidadania global baseada na participação, na solidariedade e na liberdade. Por isso, afirmou, a formação para habitar os ambientes digitais e o olhar crítico sobre as inteligências artificiais são dimensões essenciais do desenvolvimento integral das pessoas e das comunidades.


O Papa alertou ainda para o risco de que, “no excesso de informação e na falta de sabedoria, cresçam novas formas de desumanização e manipulação, que — disfarçadas — apresentem a exploração como cuidado e a mentira como verdade”.


Responsabilidade e discernimento

Dirigindo-se aos comunicadores e líderes presentes, Leão XIV ressaltou o duplo papel daqueles que trabalham com a informação: “informar de modo responsável e, ao mesmo tempo, ajudar o público a avaliar criticamente cada coisa, distinguindo fatos de opiniões, notícias verdadeiras das falsas.” A transparência e a clareza, acrescentou, são condições indispensáveis para uma comunicação que fortaleça o bem comum e a convivência democrática.


Ao falar sobre o papel das organizações, o Pontífice observou que “não é verdade que - em bom inglês - business is business”. Nenhum profissional deve ser absorvido a ponto de se tornar uma simples “engrenagem” de um sistema. “Não há verdadeiro humanismo sem sentido crítico e sem o corajoso exercício de se perguntar: para onde estamos indo? Para quem e para quê trabalhamos?”, questionou.


A verdade como critério da economia da comunicação

O Papa também foi enfático ao afirmar que a economia da comunicação não pode e não deve separar o seu destino do da verdade. A transparência das fontes e da propriedade, a responsabilidade, a qualidade e a objetividade são “as chaves para abrir a todos os povos o direito de cidadania”. Em seguida, Leão XIV recordou a mensagem do Papa Francisco, escrita durante seu último período de hospitalização, dirigida ao diretor do jornal italiano Corriere della Sera:


“As palavras nunca são apenas palavras: são fatos que constroem os ambientes humanos. Podem unir ou dividir, servir à verdade ou servir-se dela. Devemos desarmar as palavras para desarmar as mentes e desarmar a Terra.”
Comunicar para o bem comum

Ao encerrar seu discurso, Leão XIV exortou o grupo a ser “empreendedores e comunicadores honestos e corajosos, atentos ao bem comum”, e a olhar sempre além dos lucros imediatos, buscando um futuro de justiça e humanidade.


“O Evangelho de Cristo, que permanece sempre Boa Notícia para o mundo, seja a sua inspiração constante,” concluiu o Papa, concedendo aos presentes a sua benção apostólica.


© Criado por Elias Arruda.  Todos os direitos reservados à Rádio Catedral - FM .

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