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Dengue: o que é importante saber?

Atualizado: 21 de fev.

Por Fabíola Castro



A dengue faz parte de um grupo de doenças denominadas arboviroses que no Brasil tem como vetor a fêmea do mosquito Aedes aegypti. Até o momento são conhecidos quatro sorotipos – DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4.

 

No Brasil, a primeira epidemia documentada clínica e laboratorialmente ocorreu em 1981-1982, em Boa Vista (RR), causada pelos sorotipos 1 e 4. Após quatro anos, em 1986, ocorreram epidemias atingindo o estado do Rio de Janeiro e algumas capitais da região Nordeste. Desde então, a dengue vem ocorrendo de forma continuada (endêmica), intercalando-se com a ocorrência de epidemias, geralmente associadas à introdução de novos sorotipos em áreas indenes (sem transmissão) e/ou alteração do sorotipo predominante, acompanhando a expansão do mosquito vetor.

 

A dengue possui padrão sazonal, com aumento do número de casos e o risco para epidemias, principalmente entre os meses de outubro de um ano a maio do ano seguinte.

 

O Ministério da Saúde atualizou que o Brasil já registrou mais de 650 mil casos prováveis de dengue, com 113 mortes confirmadas pela doença. De acordo com a pasta, outras 438 mortes estão sob investigação. Segundo os dados do Painel de Monitoramento das Arboviroses, Minas Gerais tem mais de 250 mil casos prováveis, além de mais de 86 mil confirmados. Há 147 óbitos em investigação e 26 confirmados no estado. Juiz de Fora tem uma morte por suspeita de dengue em investigação, segundo confirmado pela Secretaria Municipal de Saúde.

 

Minas Gerais declarou situação de emergência em janeiro e a expectativa é de que o estado vivencie em 2024 o ano com maior número de casos de dengue da série histórica, em comparação com anos epidêmicos anteriores. Por isso, cuidados individuais e coletivos devem ser tomados e redobrados.

 

Para reforçar os sintomas da dengue e os cuidados a serem adotados no quadro Bendita Saúde desta terça-feira (20) trouxemos uma entrevista com o médico infectologista Dr. Marcos Moura.

 

Confira:

 

Quais os sintomas da dengue? Como ela se caracteriza? E a partir de que momento procurar atendimento médico?



 

Qual exame é feito para diagnosticar a dengue e quanto tempo após os sintomas ele deve ser feito? Em alguns casos pode haver o falso negativo e a pessoa estar com a doença?

 


A pessoa pode ter dengue mais de uma vez? É perigoso nesse caso?

 


Normalmente em quantos dias os sintomas passam e a pessoa já se recupera? Podem ficar sequelas? Quais?



 

Há um tratamento específico para a dengue? Como é feito?

 


Todas as faixas etárias são igualmente suscetíveis à dengue ou quais inspiram mais cuidados?



 

Já temos a vacina contra a dengue, mas ela ainda não chegará a maior parte da população. É importante esse passo de ter a vacina, mas ainda assim outras medidas continuam sendo importantes, como a eliminação do mosquito transmissor e o uso dos repelentes, por exemplo?

 


 

Ainda sobre a vacina, existe uma previsão até que ela possa chegar para toda população?

 


 

Estamos vivendo uma alta dos casos em todo Brasil, uma epidemia. Esse cenário deve se prolongar?

 


 

Obrigada, Dr. Marcos, mais uma vez pela entrevista e disponibilidade de sempre! Quais as suas considerações finais?

 


Como o infectologista explicou, a dengue é uma doença febril aguda, pode ter sintomas que se confundem com outras condições como uma gripe ou resfriado, por isso, é tão importante ficar atento e buscar atendimento médico, como também frisou o Dr. Marcos.

 

A maioria dos doentes se recupera, porém, parte deles pode progredir para formas graves, inclusive virem a óbito. Reforçando que a febre, dor de cabeça, prostração, dores musculares e/ou articulares e dor atrás dos olhos são sinais de alerta para procurar imediatamente um serviço de saúde, a fim de obter tratamento oportuno e adequado para cada caso, já que não existe um tratamento específico, mas as orientações e os cuidados após o diagnóstico devem ser seguidos à risca.

 

Automedicação é perigoso


A pessoa não deve se automedicar em casa. Isso vale não só para a dengue, pode ser perigoso em qualquer caso. Mas nesse caso específico, existem alguns medicamentos que não devem ser usados porque podem causar complicações em caso de dengue, como anti-inflamatórios: ibuprofeno, diclofenaco e nimesulida, pois aumentam o risco de sangramentos e não são recomendados; o AAS (ácido acetilsalicílico): aumenta o risco de sangramentos e não deve ser usado em casos de dengue. Muita atenção sempre quanto a isso!

 

Prevenção - cuidados coletivos e individuais


E mais importante ainda, a prevenção, que inclui os cuidados com os nossos espaços em casa, denunciando aos órgãos públicos aqueles locais que sejam possíveis criadouros do mosquito. Calor e chuva, combinação perfeita para a proliferação e principalmente água parada!

 

A prevenção individual também é muito importante. Os repelentes podem ajudar muito. Os produtos para repelir o mosquito Aedes são de dois tipos: repelentes para aplicação na pele e produtos para uso no ambiente. Sempre com muito cuidado! Não existem produtos de uso oral, como comprimidos e vitaminas, com indicação aprovada para repelir o mosquito, o infectologista destacou isso na entrevista. Repelentes caseiros também podem não ser eficazes, não possuem comprovação de eficácia.

 

Repelentes para a pele

 

Os repelentes de insetos para aplicação na pele devem estar registrados na Anvisa, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária. É importante observar que produtos repelentes de insetos devem ser aplicados nas áreas expostas do corpo. Importante também ao utilizar o repelente na pele observar as orientações na embalagem quanto a necessidade de reaplicação, por quanto tempo aquele produto age e tem eficácia para repelir os mosquitos.

 

Produtos para uso no ambiente

 

Os produtos mais utilizados para uso no ambiente são inseticidas e repelentes. 


Os inseticidas são indicados para matar os mosquitos adultos. São encontrados principalmente em spray e aerossol. Eles possuem substâncias ativas que matam os mosquitos.

 

Os repelentes, por sua vez, apenas afastam os mosquitos do ambiente. Eles são comercializados na forma de espirais, líquidos e pastilhas utilizadas, por exemplo, em aparelhos elétricos.

 

Inseticidas e repelentes devem ter a substância ativa e os componentes complementares (solubilizantes e conservantes) aprovados pela Anvisa.

 

Atenção

 

Os repelentes em aparelhos elétricos ou espirais não devem ser utilizados em locais com pouca ventilação nem na presença de pessoas asmáticas ou com alergias respiratórias. Podem ser colocados em qualquer ambiente da casa, desde que estejam, no mínimo, a dois metros de distância das pessoas. 


Informações corretas e confiáveis salvam vidas. Assim como seguir os cuidados e promover os cuidados! É uma batalha individual e coletiva contra um mosquito.

 


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Imagem: Agência Brasil.

 

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