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As hóstias que trazem histórias de redenção ao redor do mundo

  • Foto do escritor: Radio Catedral
    Radio Catedral
  • 28 de set.
  • 2 min de leitura

Por Rádio Catedral, com informações do Vatican News


Produção em uma das oficinas com apoio das Apacs. (foto de Simonetta D'Italia Wiener)
Produção em uma das oficinas com apoio das Apacs. (foto de Simonetta D'Italia Wiener)

Há quase uma década, o projeto “O Sentido do Pão” vem transformando a vida de milhares de pessoas. A iniciativa reúne detentos, pessoas em situação de vulnerabilidade e até refugiados na produção e distribuição de hóstias, criando oportunidades de recomeço e esperança.


Da Itália para o mundo


O projeto nasceu em 2016, dentro de uma prisão em Milão, idealizado por Arnoldo Mosca Mondadori, presidente da Fundação Casa do Espírito e das Artes. A proposta era simples e profunda: unir fé, perdão e reintegração social. As primeiras hóstias produzidas chegaram até as mãos do Papa Francisco, que as consagrou pessoalmente.


Com o tempo, a ideia se espalhou por diversas cidades italianas, como Nápoles, Veneza e Catânia, e atravessou fronteiras. Hoje, são 27 laboratórios eucarísticos em diferentes continentes, alcançando países como Palestina, Moçambique, Sudão do Sul, Sri Lanka, Argentina e Brasil.


As oficinas no Brasil


No país, o projeto foi abraçado pelas Apacs (Associações de Proteção e Assistência ao Condenado), que trabalham pela reabilitação de presos e pela justiça restaurativa. Minas Gerais abriga quatro laboratórios, em Itaúna, Frutal, Governador Valadares e Ituiutaba, todos criados entre 2022 e 2025.


Cada oficina produz, em média, 300 mil hóstias, distribuídas gratuitamente para paróquias, dioceses e comunidades em situação de vulnerabilidade. Além do trabalho digno, os participantes recebem um salário mensal e têm a chance de reconstruir a própria história.


Histórias de transformação


A essência do “Sentido do Pão” está nos relatos de quem participa. Reeducandos que antes estavam privados de liberdade contam que, ao produzir hóstias, passam a sentir que suas vidas ganharam novo propósito. Para eles, a experiência simboliza perdão, reconciliação e um futuro possível fora do ciclo da criminalidade.


Um desses testemunhos é o de Lucas, que cuida da manutenção das máquinas e ajuda a orientar os novos participantes. Ele escreveu: “No passado fiz coisas terríveis. Hoje, ao contrário, levo Deus às pessoas, e aqueles que não acreditavam na minha recuperação podem ver que estou realizando algo de bom. Quero agradecer à Fundação Casa do Espírito e das Artes porque me permite pedir perdão e transformar meu presente em algo belo” 


Expansão e futuro


O impacto positivo do projeto continua crescendo. A expectativa é que, até 2026, o número de laboratórios chegue a 35 unidades pelo mundo. Em Minas Gerais, há previsão de instalação de mais seis fábricas dentro das Apacs, reforçando a união entre fé, dignidade e reinserção social.


O Sentido do Pão mostra que, mesmo onde há dor e arrependimento, é possível semear esperança — transformando mãos que um dia conheceram o mal em instrumentos de vida e redenção.

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