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OMS pretende classificar velhice como doença

Por Fabíola Castro

Foto: site bestgiftreview.com.

Em janeiro de 2022 deve entrar em vigor a nova edição da Classificação Internacional de Doenças, a CID 11, publicada pela Organização Mundial de Saúde e, nessa lista, a OMS divulgou que irá incluir a velhice como doença. O Assistente Social e Gerontólogo, José Anísio Silva (Pitico), esclarece esse assunto e traz a sua opinião acerca da mudança. Confira na entrevista:


A CID 11 trará algumas mudanças como a inclusão do código MG2A, que irá diagnosticar velhice e substituir senilidade termo usado atualmente. Na prática, velhice passa a ser oficialmente considerada uma doença. Como você avalia essa mudança?


Como definir velhice?


A determinação da OMS, de tornar a velhice uma doença, vem provocando forte reação de setores ligados ao envelhecimento, preocupados com o risco de se mascarar os problemas de saúde na terceira idade, aumentar o preconceito contra idosos e interferir no tratamento e pesquisa de enfermidades e na coleta de dados epidemiológicos. E, pode interferir também nas políticas públicas para os idosos?


A própria OMS estabeleceu os anos de 2021 a 2030 como a “Década do Envelhecimento Saudável”. E então, seria uma contradição classificar a velhice como um problema, uma doença?


No Brasil, oficialmente, as pessoas a partir dos 60 anos, são consideradas idosas. Outros países adotam idades diferentes, como na Itália, por exemplo, que é a partir dos 75 anos. Há idosos impactados por doenças limitantes, mas há também os que vivem de maneira independente, os que ainda trabalham seja por necessidade ou para se manterem ativos?


Como coloca o próprio Estatuto do Idoso, em seu artigo 8: “o envelhecimento é um direito personalíssimo e a sua proteção um direito social“. Envelhecer é algo natural ao organismo e é um direito de todos?

Sobre esse assunto, a Comissão de Bioética da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) por meio de um dos fundadores da Pastoral da Pessoa Idosa, o médico Geriatra e Gerontólogo, Dr. João Batista Lima Filho, se manifestou sobre a decisão do organismo internacional de saúde e falou em “contrassenso social, econômico, cultural e ético”. Em uma carta enviada à presidência da entidade, ele escreve que “A Comissão de Bioética da CNBB tem claramente que envelhecimento faz parte da vida. Não é uma doença”. Da mesma forma que outras fases, como a infância e a juventude, a velhice é considerada pelos que atuam com o envelhecimento uma etapa da vida, que “jamais pode ser considerada uma doença”.



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