San Juan Diego Cuauhtlatoatzin: vidente e guardião de Nossa Senhora de Guadalupe
- Silvia Carvalho
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Por Rádio Catedral

Na próxima sexta-feira (12), a Igreja Católica celebra Nossa Senhora de Guadalupe, a padroeira da América Latina.
Na Arquidiocese de Juiz de Fora, duas comunidades estão em festa. No Bairro Guaruá, em Juiz de Fora, o tríduo começa nesta terça (9) e vai até quinta, 19h30 com a presença de padres convidados. Na sexta-feira (12), haverá missas às 15h, com consagração a Nossa Senhora, e às 19h30. Antes da última celebração, haverá uma carreata com saída da Paróquia Bom Pastor, às 19h até a capela na Rua Guarará, 283, Bairro Guaruá. Na área rural de Santos Dumont (MG), a comunidade pertencente à Paróquia São Sebastião, realizará festa entre os dias 10 e 12 de dezembro, com missas às 19h todos os dias na capela na Rua Dr. Carlos Silva Fortes, 290, no Bairro Água Espraiada.
Esta terça (9) é um dia importante para esta devoção mariana: a Igreja Católica faz memória de São Juan Diego "Cuauhtlatoatzin" (nome de batismo dele, que significa grito da águia). Ele foi o instrumento do milagre das rosas e da tilma. Ele se tornou o guardião da Virgem morena até a morte, em 1548.
Em 9 de dezembro de 1531, durante uma das idas à igreja, em Tepeyac, Nossa Senhora de Guadalupe apareceu e conversou com ele na língua nativa, dizendo “Joãozinho, João Dieguito”, “o mais humilde de meus filhos”, “meu filho caçula”, “meu queridinho”.
No editorial do Jorna Boa Nova, Padre Erélis refletiu sobre como a confiança de São Juan Diego em Nossa Senhora é um testemunho de esperança e fé em Deus.
Conheça a história de São Juan Diego Cuauhtlatoatzin
Fonte: Vatican News
Na manhã do dia 9 de dezembro de 1531, um índio de 57 anos passava por um terreno pedregoso, onde até as plantas não cresciam.
Alguns anos antes foi batizado com o nome de Juan Diego, mas seu nome original era "Cuauhtlatoatzin", que, em asteca, quer dizer "grito da águia".
Certo dia, o camponês estava indo da sua aldeia à Cidade do México: era um sábado, dia em que os missionários espanhóis dedicavam à catequese. Ao chegar à colina Tepeyac, Juan Diego foi atraído por uma coisa estranha: um canto de passarinhos, que nunca havia ouvido antes e, depois, uma voz suave rompeu o silêncio e o chamou: "Juantzin, Juan Dieguinho"! O homem subiu para o cume da colina e se defrontou com uma jovem mulher, cujo vestido brilhava como o sol. Ele se ajoelhou diante dela e maravilhado a ouviu dizer: “Eu sou a Perfeita sempre Virgem Maria, mãe do Deus único e verdadeiro”.
Um sinal para acreditar
A Senhora confiou uma tarefa a Juan Diego: narrar ao Bispo o que lhe havia acontecido, para que construísse um templo mariano aos pés da colina. Não era fácil narrar uma coisa incrível! De fato, o Bispo, Dom Zumarraga, não acreditou no que disse.
À noite, sobre a colina, o fracasso da sua narração não impediu a Senhora a convidar Juan Diego a tentar novamente, no dia seguinte.
Desta vez, o Bispo fez-lhe algumas perguntas a mais sobre a aparição, permanecendo sempre cético. No entanto, pediu ao índio para levar-lhe um sinal, para que seu conto não fosse uma fábula.
O camponês apresentou o pedido à Senhora, que concordou em lhe mandar um sinal no dia seguinte. Porém, aconteceu um imprevisto: o índio soube que seu tio enfermo estava em fim de vida. Depois de uma noite de sofrimento, o homem sentiu a necessidade urgente de chamar um sacerdote. Assim, na manhã do dia 12, Juan Diego pôs-se a caminho, mas, ao chegar a Tepeyac, procurou mudar de rota para evitar um novo encontro com a Senhora.
O prodígio da tilma
Seu gesto foi inútil. A Senhora apareceu novamente diante dele e lhe perguntou o motivo de tanta pressa. Envergonhado, o camponês jogou-se no chão e, pedindo perdão, explicou-lhe tudo. A senhora o acalmou, dizendo: “Seu tio está curado”!
Ao invés, convidou Juan Diego a subir a colina para recolher algumas flores e levá-las ao Bispo. Entre as pedras, tinham nascido lindas "flores de Castela", uma coisa impossível em meados de dezembro. O índio recolheu algumas flores e as colocou na sua “tilma”, um manto de lona grosseira que usava, e foi para a Cidade do México.
Depois de uma longa espera, foi levado até o Bispo. Juan Diego conta-lhe os novos acontecimentos e, depois, abriu seu manto diante dos presentes. Naquele instante, em sua “tilma” ficou estampada a imagem da Virgem, o ícone que se tornou famoso e venerado em todos os lugares.
O guardião da Virgem
Desde então, o caminho ficou aplainado. O Bispo pediu para ser acompanhado até ao local das aparições e, assim, começaram as obras. Em 26 de dezembro, já estava pronta a primeira Capela aos pés da colina do milagre. Juan Diego, viúvo há alguns anos, pediu e conseguiu permissão para morar em uma pequena casa adjacente à Capela.
Por mais 17 anos, até 1548, São Juan Diego permaneceu o fiel guardião de Nossa Senhora, a Virgem morena.
Em 31 de julho de 2002, São João Paulo II o proclamou Santo.









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