Papa Leão XIV: 'No encontro com os povos originários, descobrir a vida abundante de Cristo'
- Silvia Carvalho
- há 12 horas
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Por Andressa Collet - Vatican News

O Papa Leão XIV enviou uma mensagem nesta quinta-feira (16) aos participantes do Jubileu Virtual dos Povos Originários da América Latina e do Caribe no seu último dia de encontro. A iniciativa de três dias está reunindo inclusive bispos, padres, religiosos e agentes pastorais que compartilham a vida com as comunidades indígenas.
Com o tema "Povos originários, fonte de esperança para o mundo", cada dia do evento tem sido dedicado a uma população específica: primeiro aos jovens, depois às mulheres e nesta quinta-feira (16/10) aos idosos, respeitando a "universalidade da Igreja", disse Leão XIV ao citar o Papa Francisco sobre a intenção dos momentos jubilares que procuram manifestar as tantas vocações, idades e situações de vida na Igreja e na sociedade: uma universalidade "que não uniformiza, mas acolhe, dialoga e se enriquece com a diversidade dos povos, inclui de modo especial vocês, os Povos Originários, cuja história, espiritualidade e esperança constituem uma voz insubstituível dentro da comunhão eclesial".
O Jubileu é tempo precioso ao perdão
O evento virtual, organizado pelo Conselho Episcopal Latino-Americano e Caribenho (Celam) neste Ano Santo, então, é uma "ocasião de reconciliação" e de "esperança compartilhada", escreveu o Pontífice em espanhol, "para aprofundar o significado do dom que o Senhor nos concede através de sua Igreja". O Jubileu, assim, enfatizou Leão XIV, é "mais do que uma mera celebração externa"; atravessar a Porta Santa é "mais do que realizar um gesto simbólico", é nos introduzirmos, como "um Povo de irmãos", "por meio da fé, na própria fonte do amor divino".
Essa perspectiva, continuou o Papa, ajuda a refletir sobre "a longa história de evangelização que nossos Povos Originários conheceram, como tantas vezes ensinaram os bispos da América Latina e do Caribe, está repleta de 'luzes e sombras'”. Mas o Jubileu, "tempo precioso para o perdão, nos convida a 'perdoar de coração nossos irmãos', a nos reconciliarmos com nossa própria história".
“Desse modo, reconhecendo tanto as luzes como as feridas do nosso passado, compreendemos que só poderemos ser Povo se nos abandonarmos verdadeiramente ao poder de Deus, à sua ação em nós.”
Por isso, continuou o Papa na mensagem, "no diálogo e no encontro, aprendemos com as diferentes maneiras de ver o mundo, valorizamos o que é próprio e original de cada cultura e, juntos, descobrimos a vida abundante que Cristo oferece a todos os povos", que devem "apresentar com coragem e liberdade a sua própria riqueza humana, cultural e cristã".
E o evento virtual do Celam, reforçou Leão XIV, procura aprofundar essas questões através de uma Igreja que "escuta e se enriquece com as vozes singulares", recordando também do apelo do Evangelho em "evitar a tentação de colocar no centro aquilo que não é Deus — seja o poder, a dominação, a tecnologia ou qualquer realidade criada —, para que o nosso coração permaneça sempre orientado para o único Senhor, fonte de vida e esperança".
"Por isso, para aqueles que, pela misericórdia de Deus, nos chamamos e somos cristãos, todo o nosso discernimento histórico, social, psicológico ou metodológico encontra o seu sentido último no mandato supremo de dar a conhecer Jesus Cristo, que morreu para o perdão dos nossos pecados e ressuscitou para que sejamos salvos em seu Nome."
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