Papa Leão XIV: 'São João Newman, Doutor da Igreja, luz para as novas gerações'
- Silvia Carvalho
- 3 de nov.
- 4 min de leitura
Por Rádio Catedral

No sábado (1º), Solenidade de Todos os Santos, o Papa Leão XIV presidiu a celebração da Santa Missa na Praça São Pedro, na qual inscreveu São João Henry Newman entre os Doutores da Igreja e, ao mesmo tempo, por ocasião do Jubileu do Mundo Educativo, o nomeou co-padroeiro, com Santo Tomás de Aquino, de todos os agentes que participam no processo educativo. Com São João Newman, são 38 Doutores da Igreja, entre os quais quatro mulheres.
O Papa Leão 14 também proclamou São John Henry Newman como Patrono da Pontíficia Univesidade Urbaniana “a fim de que interceda — lê-se no quirógrafo — por essa Instituição acadêmica e seja, para quantos nela se formam ao serviço missionário da Igreja, modelo luminoso de fé e de sincera busca da verdade”.
São João Newman na Arquidiocese de Juiz de Fora
Em Juiz de Fora, há o Oratório São João Newman, na Rua São Mateus, 271. A antiga casa paroquial, há dois anos tem atividades quase todos os dias para os moradores do bairro e demais fiéis.
De segunda a sexta-feira, o local está aberto das 14h às 16h, com oração do terço todos os dias às 15h. Aos sábados acontece oração do Rosário das 8h às 10h no local. Já as Missas acontecem a cada 15 dias nas quartas-feiras.
Na inauguração do oratório, Dom Gil recordou que John Henry Newman se converteu do anglicanismo à Igreja Católica e se tornou referência da vida eclesial no século XIX, assim sendo, frisou que o local tem uma vocação especial de acolher muitos irmãos que estão voltando para a Igreja Católica.
Papa Leão XIV: São João Newman deve 'inspirar as novas gerações'
O Papa Leão apresentou o novo Doutor da Igreja afirmando: "a imponente estatura cultural e espiritual de Newman servirá de inspiração para as novas gerações com o coração sedento de infinito, disponíveis a realizar, através da pesquisa e do conhecimento, aquela viagem que, como diziam os antigos, nos faz passar per aspera ad astra, ou seja, através das dificuldades até aos astros".
“Os desafios atuais podem parecer, por vezes, superiores às nossas forças, mas não é assim”, afirmou o Santo Padre reiterando, “não permitamos que o pessimismo nos vença!”. Citando o Papa Francisco recordou suas palavras sobre o pessimismo quando afirmava que “devemos trabalhar juntos para libertar a humanidade da escuridão do niilismo que a rodeia e que é, talvez, a doença mais perigosa da cultura contemporânea, pois ameaça ‘anular’ a esperança”. A referência à noite que nos rodeia, disse o Papa, recorda-nos um dos textos mais conhecidos de São John Henry, o hino “Luz terna, suave, leva-me mais longe”. Nessa linda oração, percebemos que estamos longe de casa, que temos pés vacilantes, que não conseguimos decifrar claramente o horizonte. Mas nada disso nos detém, porque encontrámos o nosso Guia: Luz terna, suave, no meio da noite, leva-me mais longe”.
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Tarefa da educação
“É tarefa da educação oferecer esta Luz Terna àqueles que, de outra forma, poderiam permanecer aprisionados pelas particularmente insidiosas sombras do pessimismo e do medo” reiterou Leão XIV. “Por isso, gostaria de vos dizer: desarmemos as falsas razões da resignação e da impotência e façamos circular no mundo contemporâneo as grandes razões da esperança”.
Encorajando os presentes: “Encorajo-vos a fazer das escolas, das universidades e de todas as realidades educativas, mesmo informais e de rua, limiares de uma civilização de diálogo e paz”.
Percurso educativo
São John Henry escreveu: “Deus criou-me para lhe prestar um serviço específico. Confiou-me uma tarefa que não confiou a outros. Tenho uma missão: talvez não a chegue a conhecer nesta vida, mas ela ser-me-á revelada na vida futura”. “Nestas palavras”, disse o Papa, “encontramos expresso, de um modo esplêndido, o mistério da dignidade de cada pessoa humana e também o da variedade dos dons distribuídos por Deus” Explicando em seguida:
“A vida ilumina-se não porque somos ricos, bonitos ou poderosos. Ela ilumina-se quando uma pessoa descobre dentro de si esta verdade: sou chamado por Deus, tenho uma vocação, tenho uma missão, a minha vida serve para algo maior que eu próprio!” (...) “Não o esqueçamos: no centro dos percursos educativos não devem estar indivíduos abstratos, mas pessoas de carne e osso, especialmente aquelas que parecem não render, segundo os parâmetros de uma economia que exclui e mata. Somos chamados a formar pessoas, para que brilhem como astros em toda a sua dignidade”. Concluindo em seguida: “Portanto, podemos afirmar que a educação, na perspectiva cristã, ajuda todos a tornarem-se santos. Nada menos do que isso”.
“Rezo para que a educação católica ajude cada um a descobrir a sua vocação à santidade. Santo Agostinho, que São John Henry Newman tanto apreciava, disse uma vez que todos nós somos companheiros de estudo com um único Mestre, cuja escola se encontra na terra, mas cuja cátedra está no céu.”









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