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  • Foto do escritorRadio Catedral

Padre Válber Dias, C.Ss.R. lança novo livro na Biblioteca Redentorista


Grande agente na defesa da causa indígena, o Padre Válber Dias Barbosa, C.Ss.R. lança seu terceiro livro, intitulado “Missão Encarnada é Desafio do Evangelho”, neste sábado (23), em Juiz de Fora. O lançamento será às 11h, na Biblioteca Redentorista, que fica na Av. dos Andradas, 855 – Morro da Glória.


Nascido em 20 de maio de 1943, na zona rural de Itaverava (MG), o religioso carrega de sua ascendência paterna significativa mestiçagem de indígenas da tribo Puri. Em 1970, terminou o curso de Teologia no Seminário Maior de Floresta, em Juiz de Fora (MG). Três anos depois, solicitou aos superiores da Congregação Redentorista uma experiência em missão indígena. Esse estágio aconteceu na Missão Anchieta dos Padres Jesuítas, no Mato Grosso. Daí em diante, não se afastou mais da causa indígena. Ao final de 1979, um ano depois de ordenado padre, dedicou-se à missão junto ao povo indígena Krahô, no estado de Tocantins.


Em 14 dos vinte anos vividos na região, morou inserido, sucessivamente, em quatro aldeias daquele povo. O sacerdote é conhecido nas aldeias Krahô como Valber Kontxà, nome recebido na Aldeia Rio Vermelho, em dezembro de 1979. Escreveu os seguintes livros: “Os Krahô e a Questão Cultural Indígena” (2011) e “Missões, Sertões e Índios, em relatos e crônicas” (2012). Desde junho de 2017, reside no povoado de Helenópolis (município de Carolina-MA).


Em entrevista divulgada no site da Província do Rio, o Missionário Redentorista falou sobre os grandes desafios enfrentados pelos índios diante da sociedade brasileira e da própria Igreja, além de refletir sobre a proposta do novo livro.


Confira:


Como o senhor avalia a consciência da sociedade brasileira em relação às nações indígenas, no contexto dos Direitos Humanos?

Penso que, teoricamente, a sociedade brasileira, hoje em dia, não chega ao ponto de negar aos índios os direitos fundamentais da pessoa humana. Entretanto, são-lhe negados os direitos e o respeito enquanto povos e culturas.


A questão indígena está incluída no repertório de responsabilidades cristãs?

Absolutamente, não está! Aos cristãos, em geral, é como se uma coisa nada tenha a ver com a outra. Há um distanciamento entre o Evangelho e a vida.


Na sua opinião, de que forma a comunidade indígena poderia ser incluída na vida da Igreja? Qual é a contribuição e os maiores desafios dessa inserção para o cristianismo?

Na minha opinião, somente uma inclusão na vida da Igreja Invisível, que é o Reino de Deus. A Igreja é constituída no Brasil das mesmas pessoas que formam a sociedade nacional brasileira, que não aceita a inclusão dos índios enquanto índios. A contribuição maior é que os indígenas, sendo identificados como pequenos no ensinamento evangélico, estão entre os preferidos, são os primeiros do Reino de Deus (os pastores rudes e fedorentos de Belém eram também desse grupo dos “pequenos”). Uma Igreja que inclui “pequenos do Reino” com certeza está se conformando ao seu Mestre Fundador. A inserção como tal já é o grande desafio, porque a missão não pode produzir a descaracterização ou desidentificação indígena – as Culturas Indígenas não comportam somente valores humanizantes e evangélicos, têm também impurezas e aspectos não tão bons e desejáveis, mas carregam muitíssimo menos maldades e horrores do que se vê na grande sociedade.


Sobre os povos indígenas que conheceu e com os quais conviveu, o que o senhor poderia dizer da consciência deles sobre serem integrantes da sociedade brasileira?

Os indígenas não se sentem integrantes da sociedade brasileira, enquanto ainda vivendo sob os padrões da própria cultura, situação em que a realidade é de perseguição e violência contra as populações indígenas. Como se sentir parte de uma sociedade que é historicamente contra si, que não os aceita?


Fale um pouco sobre a frase escolhida para intitular sua obra: “Missão encarnada é desafio do Evangelho”.

“Missão Encarnada” é a que leva a vestir o “traje” daqueles aos quais se destina, enquanto isso for possível – tal como Cristo, que veio como o enviado do Pai e se revestiu da condição humana, se fez carne. É seguir o exemplo de São Paulo: “Fiz-me judeu com os judeus, para ganhar os judeus…fiz-me fraco com os fracos, a fim de ganhar os fracos… E tudo isso faço por causa do Evangelho” (1Cor 9,19-21) (pág. 43 do livro). Mas abraçar tal missão é um desafio do Evangelho, pois o Evangelho vai contra a maré do mundo e, às vezes, contra a maré reinante na Igreja, pelo fato de fraqueza na prática do ensinamento evangélico.


Faça um convite especial para o lançamento do seu livro na Biblioteca Redentorista!

O leitor deste site com interesse neste assunto está convidado a participar comigo do lançamento do livro “Missão Encarnada é Desafio do Evangelho”, na sala de eventos da Biblioteca Redentorista, às 11 horas do dia 23 de março de 2019. Curtas palestras, pequeno bate-papo e venda do livro aos interessados.


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