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'Operação Libertas': três são presos e mais de 330 animais resgatados em Minas Gerais

  • Foto do escritor: Silvia Carvalho
    Silvia Carvalho
  • 30 de out.
  • 3 min de leitura

Por Rádio Catedral


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Três pessoas foram presas e 337 animais foram resgatados em Minas Gerais durante a 'Operação Libertas'. A ação foi deflagrada pelos Ministérios Públicos, Polícias Ambientais e órgãos de fiscalização de 11 Estados para combater o tráfico de animais no Brasil.


Durante a operação nesta quarta-feira, 313 aves, 16 répteis e 8 mamíferos foram resgatados durante o cumprimento de 51 mandados de busca e apreensão em Juiz de Fora, São Miguel da Anta, Rio Pomba, Cataguases, Desterro de Melo, na Zona da Mata e também em Betim, Montes Claros, Almenara, Divisópolis. Foram lavrados 16 Termos Circunstanciados de Ocorrência (TCO) por crimes de menor potencial ofensivo; 18 celulares e 20 gaiolas foram apreendidos.


No Brasil, houve ações da Operação Libertas em 11 estados mirando 84 alvos do tráfico de animais silvestres. Dezenove pessoas foram presas, sendo 12 flagrantes e foram apreendidos 755 animais retirados ilegalmente da natureza. Na maioria, aves dos biomas Cerrado, Caatinga e Mata Atlântica, inclusive algumas espécies ameaçadas de extinção,  destinadas a venda em feiras clandestinas, pontos de comércio irregular e grupos em aplicativos de mensagem.


 Durante a ação, também foram apreendidos 37 aparelhos celulares, 4 armas de fogo, 1.230 munições, 1 veículo, além de 20 gaiolas, 7 armadilhas, 3 transportadores e documentos falsos. Além do tráfico de animais silvestres, a operação também revelou a prática de outros crimes associados, como receptação, falsificação de documentos e sinais públicos, maus-tratos, organização criminosa, porte ilegal de arma de fogo, entre outros.


 A operação é coordenada pela Associação Brasileira dos Membros do Ministério Público de Meio Ambiente (Abrampa), por meio do Projeto Libertas, e pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), com apoio da Freeland Brasil e financiamento do Escritório de Assuntos Internacionais sobre Narcóticos e Aplicação de Lei dos Estados Unidos (INL). Participaram os Ministérios Públicos, Polícias Civil e Militar e órgãos de fiscalização dos estados de Minas Gerais, Santa Catarina, Paraná, Rio de Janeiro, Alagoas, Ceará, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Maranhão e Bahia.


Operação Libertas



Dezenove mandados (17 de busca e dois de prisão preventiva) foram cumpridos nos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Bahia, contra 13 pessoas que fazem parte de uma rede criminosa investigada pelo Ministério Público da Bahia (MPBA) no âmbito da segunda fase da Operação Fauna Protegida, integrada à Operação Libertas. Os investigados recebiam animais de Weber Sena de Oliveira, conhecido como “Paulista”, apontado como um dos maiores traficantes de animais silvestres do país, preso em setembro, na Bahia, durante ação conduzida pelo MPBA.


Com mais de 20 anos de atuação no tráfico de fauna, o “Paulista” já havia sido flagrado transportando mais 1.500 aves e centenas de jabutis. Pela primeira vez, porém, foi indiciado também por lavagem de dinheiro e associação criminosa, ampliando o escopo da responsabilização penal.


De acordo com as investigações, o núcleo que atuava entre Bahia, Minas Gerais e Rio de Janeiro seria responsável pela comercialização ilegal de milhares de animais silvestres por ano. O grupo ainda utilizava métodos sofisticados de ocultação financeira, dificultando o rastreamento dos lucros ilícitos.


A investigação revelou ainda a estrutura da organização criminosa, dividida em quatro núcleos: captores, que retiravam os animais da natureza e os mantinham em condições precárias; transportadores, que os conduziam em situação de maus-tratos até os pontos de venda; operadores financeiros, responsáveis pela lavagem de dinheiro e sustentação do esquema; e receptadores, situados em capitais como Salvador, Belo Horizonte e Rio de Janeiro, que revendiam os animais ou os adquiriam como símbolo de ostentação.


Entre as espécies apreendidas, destacam-se trinca-ferros, papa-capins, azulões, canários-da-terra e curiós, além de exemplares de papagaios e araras, espécies ameaçadas de extinção segundo a lista nacional de fauna brasileira.


Os animais resgatados foram encaminhados a centros de reabilitação do Ibama e de órgãos estaduais, onde receberão cuidados veterinários. Sempre que possível, são devolvidos à natureza; os que não têm condições de sobrevivência permanecem em criadouros conservacionistas ou zoológicos autorizados.

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