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Foto do escritorRadio Catedral

Monjas Beneditinas: história de 64 anos em Juiz de Fora

Por Arquidiocese de Juiz de Fora com informações da WebTV “A Voz Católica” e osbatlas.com



Nesta quinta-feira (13), além de celebrar o padroeiro, Santo Antônio, a Arquidiocese de Juiz de Fora comemora os 64 anos da inauguração do Mosteiro da Santa Cruz, localizado no Bairro Paineiras, na cidade-sede. O local, que atualmente abriga 24 monjas beneditinas, foi fundado pela Abadia de Santa Maria, de São Paulo, o primeiro mosteiro beneditino feminino das Américas, por iniciativa de Dona Isabel Villaça.


Em 21 de setembro de 1977 foi erigido em Abadia, sendo Madre Benita Enout eleita como a primeira abadessa. Ela governou o mosteiro até 1989, quando, tendo atingido o limite de idade, foi substituída pela Madre Paula Iglésias. A atual abadessa é a Madre Maria de Fátima Justiniano da Silva, empossada no dia 9 de junho de 2018.




“Ora et labora”


Seguindo a Regra de São Bento, a vida monástica em terras juiz-foranas obedece ao lema “ora et labora” (reza e trabalha), tendo em vista quatro pilares principais: silêncio, oração, contemplação e trabalho. Diariamente, as monjas beneditinas reúnem-se sete vezes para a Liturgia das Horas, além da Santa Missa.


Desde o início do funcionamento do Mosteiro da Santa Cruz, a comunidade mantém-se com o trabalho realizado pelas próprias irmãs. Na década de 1970, foi implantada uma pequena gráfica, que anos depois tornou-se a Edições Subiaco. Especializada na editoração de livros de espiritualidade, cartões e blocos, ela é uma das fontes de renda da casa religiosa. No local, ainda há produção de produtos artesanais, como velas, doces, pães, geleias e brownies.



Apicultura


Mais recentemente, a comunidade beneditina juiz-forana retomou a apicultura, atividade que remonta à década de 1960, no início do funcionamento do Mosteiro. Todo o processo de produção do mel é executado por três monjas, as irmãs Raquel Cristina, Catarina Elisa e Teresa Paula, auxiliadas por um funcionário.


“Em 2018, após consulta para obtermos novas fontes alternativas para manutenção da comunidade, a apicultura nos foi sugerida como uma das formas para este auxílio. Ao consultar a comunidade, resolvemos retomar este trabalho como uma forma também de cuidar de nossa ‘casa comum’, desenvolvendo um trabalho sustentável”, apontam as irmãs responsáveis pelo trabalho no apiário, localizado em uma área rural próximo a Juiz de Fora.


O controle das colmeias é realizado a cada 15 dias. “O processo é realizado na casa do mel, que é um ambiente adaptado para este fim, com os devidos equipamentos: mesa desoperculadora, centrífuga, decantador e outros itens para apicultura. Primeiro, realizamos a colheita de todo o mel das melgueiras que estão em ponto de colher; depois, desoperculamos todos os favos e levamos para a centrífuga; em seguida, depositamos no decantador, no qual o mel fica até ser envasado”, descrevem as monjas, recordando que a rotulação também antecede a venda do produto.


Atualmente, a produção é acompanhada pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), através da Assistência Técnica e Gerencial (AteG). “Uma vez por mês temos a visita de um técnico que nos acompanha para idas ao apiário para orientações, tendo em vista o bom desenvolvimento dessa atividade”, contam as irmãs Raquel, Catarina e Teresa. “São, ao todo, nove colmeias, variando o número de abelhas em cada uma, visto que uma colmeia pode chegar a ter até 50 mil abelhas.”


As monjas beneditinas também sublinham como é manter essa relação próxima com a natureza. “Para nós, este contato com as abelhas é um aprendizado de como deve ser um trabalho bem organizado, onde cada uma exerce sua função para o bem comum da colmeia.” Elas ainda falam da necessidade de conscientização da população. “As abelhas ainda não são ameaçadas de extinção, mas podem sim chegar a isso por falta de conhecimento da população, que desconhece a sua importância como principal agente polinizador, exterminando enxames ao invés de reconduzi-los à natureza. Por isso, a importância de contatar apicultores para a realização de resgates.”


Por fim, as irmãs falam da harmonia entre a oração e as atividades do Mosteiro. “Procuramos viver na Presença de Deus e, assim, na união com Jesus, dar frutos para a vida do mundo, deixando a vida d’Ele irradiar através da simplicidade de nossa vida”, concluem.


Todos os produtos produzidos pelas irmãs são vendidos na chamada “Lojinha do Mosteiro”, na Rua Professor Coelho e Souza, 95, no Bairro Paineiras.

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