Igreja-irmã da Arquidiocese de Juiz de Fora, Paróquia em Óbido (PA) celebra padroeiro, São Martinho de Lima
- Silvia Carvalho
 - há 28 minutos
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Por Rádio Catedral

Nesta segunda-feira (3), a Igreja Católica celebra a memória litúrgica de São Martinho de Lima, patrono dos barbeiros. É dia de festa na Paróquia São Martinho de Lima na Diocese de Óbidos (PA), que pertence à Arquidiocese de Juiz de Fora através do projeto Igrejas-Irmãs.
O santo amazônico viveu entre 1579 e 1639. Ele é conhecido por sua grande humildade, dedicação em servir aos pobres e doentes e por sua capacidade de realizar milagres. A vida dele é um testemunho do poder do amor de Deus e de como ele pode trabalhar por meio de pessoas humildes e dedicadas. Ele continua sendo um modelo de santidade e inspiração para muitos até hoje.
As celebrações na Igreja Matriz de Santa Teresinha começam às 15h com adoração ao Santíssimo Sacramento. Às 19h, oração do Santo Terço. E às 19h30, missa solene, com a benção de água e objetos de devoção e encerramento com a benção do Santíssimo. Na missa será apresentado o tema e o cartaz oficial da Festividade de São Martinho de Lima, tradicionalmente realizada entre 30 de novembro e 7 de dezembro.
“Onde há Fé, há amor. Onde há amor, há paz. Onde há paz, está Deus. E onde está Deus, não falta nada”. A frase de São Martinho de Lima é o tema do editorial do Jornal Boa Nova com Padre Erélis.
Conheça a história de São Martinho de Lima Fonte: Site da Canção Nova
São Martinho nasceu em Lima, no dia 9 de dezembro de 1579, filho de um nobre cavaleiro espanhol, João Porres, e de uma negra do Panamá, de origem africana, Ana Velásquez. Por causa da pele escura, o pai não o quis reconhecer, e, no livro de batizado, foi registrado como filho de pai ignorado.
O valor representativo de São Martinho na história da santidade deriva do fato de ser ele uma dessas “misturas” da América, como um cronista do século XVI definia ironicamente os mulatos.
São Martinho viveu pobremente até os oitos anos de idade e na companhia da mãe e de uma irmãzinha, nascida dois anos depois dele. Educado por sua mãe, no santo temor de Deus, começou ainda criança a trabalhar como aprendiz de barbeiro. Era uma profissão manual e também desprezada pelos que tinham aspirações à nobreza, porém, naquela época, essa profissão não era como de hoje em dia, pois, naquele tempo, o barbeiro era também dentista e cirurgião.
São Martinho: pela Caridade alcançou a Santidade
Martinho, alma extremamente sensível e de profundidade mística, fez de sua profissão um exercício de caridade para com os pobres, principalmente depois que se tornou ajudante de um médico.
Com a idade de 15 anos, abandonou tudo e foi bater na porta do convento dos dominicanos em Lima. Aqui o espera uma nova humilhação. Foi admitido apenas como terciário e incumbido dos trabalhos mais humildes da comunidade. As suas funções eram as mais humildes, mas a sua vida espiritual, a mais profunda. Por fim, os superiores perceberam o que representava aquela alma para a Ordem e, acolhendo-o como membro efetivo no dia 2 de junho de 1603, admitiram-no então a profissão solene.
A sua solicitude pelos irmãos doentes era viva. Encontravam-no junto deles para os aliviar, mesmo, segundo se diz, que a porta estivesse fechada à chave. Considerava-se escravo de todos e de cada um, e se a doença de algum irmão que ele cuidava piorava, o zelo crescia.
Quis assim permanecer a escória do convento, mas a sua santidade começou a refulgir para além dos limites do convento, pelos extraordinários carismas com as quais era dotado, como profecias, os êxtases, as bilocações. Embora nunca tenha se distanciado de Lima, foi visto na África, na China e no Japão para confortar missionários em dificuldade. A este humilde irmão leigo recorriam para conselho; teólogos, bispos e autoridades civis, mais de uma vez o próprio vice-rei teve de aguardar diante da sua cela, porque frei Martinho estava em êxtase.
De Escória do Convento a Santidade
Durante uma peste epidêmica, curou os que recorreram a ele, e os seus sessenta confrades curou-os prodigiosamente. Dedicava sua vida literalmente aos pobres: mendigo por amor aos mendigos. Com as esmolas que conseguia, fundou um hospital para os meninos abandonados e jejuava para dar de comer aos pobres. Jejuava todo o ano, quase não comendo senão restos de pão, mas discretamente, a tal ponto que ninguém reparava. Tudo isso era regado pelas orações que fazia durante a noite, assim como Jesus orava (Lucas 6,12).
Assim, sem fazer coisas extraordinárias além da prática de caridade, Martinho chegou a um alto grau de santidade.
Faleceu, santamente, em Lima no dia 3 de novembro de 1639, com sessenta anos de idade e imediatamente foi honrado e venerado como santo. Foi beatificado, em 1837, pelo Papa Gregório XVI; foi canonizado, no dia 6 de maio de 1962, por São João XXIII; e no ano de 1966, o Papa São Paulo VI o proclamou patrono dos barbeiros.





