Diretório Acadêmico do IAD realiza atos de repúdio contra pichações de símbolos nazistas na sede no campus da UFJF
- Silvia Carvalho
- há 2 horas
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Por Rádio Catedral

Um ato antifasciscta será realizado nesta segunda (15), às 10 da manhã, no Instituto de Artes e Design (IAD) no Campus Juiz de Fora da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Na terça (16), às 16h, haverá um Aulão Público com o tema “Universidade não é espaço para o ódio: democracia, memória e resistência” na terça (16), no mesmo local.
Os dois atos foram organizados pelo Diretório Acadêmico de Artes e Design (IADDA) como repúdio às pichações de símbolos nazistas nas paredes da sede do Diretório Acadêmico do Instituto, no fim de semana.
O caso foi divulgado pelo Diretório e pela UFJF na tarde de sábado (13). A Universidade informou que as providências estavam sendo tomadas para a identificação e responsabilização dos autores, com o rigor da lei e das normas internas.
E o Diretório Acadêmico de Artes e Design (IADDA) informou que acionou a equipe de Segurança da Universidade, que está verificando registros de imagens da área. E que também está encaminhando denúncia ao Ministério Público Federal.
"Ato grave, violento e inaceitável"
Em nota de repúdio, o Diretório Acadêmico de Artes e Design destacou que foi um “ato extremamente grave, violento e inaceitável, que não se configura como crítica política, mas como uma agressão direta aos valores democráticos, à comunidade acadêmica e à dignidade humana”.
O Diretório destacou que a “democracia não suporta é a violação de sua regra fundamental de convivência: o respeito à vida, à dignidade humana e aos limites éticos e políticos do debate. Quando esses limites são rompidos, não estamos mais diante de divergência política, mas de práticas autoritárias que negam a própria possibilidade de convivência democrática. Não há diálogo possível com o ódio, a violência simbólica e a exaltação de ideologias genocidas. Qualquer movimento político está sujeito a erros e acertos, que podem e devem ser apontados, criticados e debatidos. Contudo, isso deve ocorrer dentro dos marcos democráticos”.
"Apologia incompatível com valores acadêmicos e constitui crime"
Também nas redes sociais, em nota de repúdio, a Universidade Federal de Juiz de Fora destacou que “o nazismo é uma ideologia criminosa, baseada no ódio, na intolerância e na violação dos direitos humanos, sendo responsável por graves atrocidades, como o Holocausto. Sua apologia é incompatível com os valores acadêmicos e constitui crime”.
A UFJF reafirmou o “compromisso com a democracia, os direitos humanos e o combate a todas as formas de discriminação, bem como com a manutenção de um ambiente acadêmico seguro, inclusivo e respeitoso”.
Íntegra da nota da UFJF
A Universidade Federal de Juiz de Fora manifesta seu mais veemente e absoluto repúdio à aparição de símbolos nazistas pichados nas paredes da sede do Diretório Acadêmico de Artes e Design (IADDA), no campus de Juiz de Fora.
O nazismo é uma ideologia criminosa, baseada no ódio, na intolerância e na violação dos direitos humanos, sendo responsável por graves atrocidades, como o Holocausto. Sua apologia é incompatível com os valores acadêmicos e constitui crime. A Universidade reafirma seu compromisso com a democracia, os direitos humanos e o combate a todas as formas de discriminação, bem como com a manutenção de um ambiente acadêmico seguro, inclusivo e respeitoso. As medidas cabíveis estão sendo tomadas para a identificação e responsabilização dos autores, com o rigor da lei e das normas internas.
Íntegra da Nota do Diretório Acadêmico
O Diretório Acadêmico de Artes e Design (IADDA) vem a público manifestar seu mais veemente repúdio ao ataque ocorrido em sua sede, marcado pela pichação de símbolos nazistas.
Trata-se de um ato extremamente grave, violento e inaceitável, que não se configura como crítica política, mas como uma agressão direta aos valores democráticos, à comunidade acadêmica e à dignidade humana.
O Diretório Acadêmico é uma entidade legítima, histórica e fundamental para a organização dos estudantes, para a defesa de direitos e para a construção coletiva do Instituto de Artes e Design. Em um instituto plural, diverso e atravessado por diferentes visões de mundo, o conflito de ideias faz parte da vida democrática. O debate, a crítica e a discordância são elementos constitutivos da política e da universidade. Não existe democracia sem divergência.
O que a democracia não suporta é a violação de sua regra fundamental de convivência: o respeito à vida, à dignidade humana e aos limites éticos e políticos do debate. Quando esses limites são rompidos, não estamos mais diante de divergência política, mas de práticas autoritárias que negam a própria possibilidade de convivência democrática. Não há diálogo possível com o ódio, a violência simbólica e a exaltação de ideologias genocidas. Qualquer movimento político está sujeito a erros e acertos, que podem e devem ser apontados, criticados e debatidos. Contudo, isso deve ocorrer dentro dos marcos democráticos.





