Por Roberta Oliveira e Fabíola Castro
São Vicente de Paulo é celebrado nesta quarta-feira (27) pela Igreja Católica. O santo francês, que viveu entre os séculos 16 e 17, é o modelo de Caridade, amor ao próximo, compaixão e doação.
"A vida pautada em um coração escancarado, colocado no coração de Jesus", é como define o confrade Vanderson Aparecido Gomes Magalhães, Coordenador do ProjetoTrailer do Banho Vicentino em Juiz de Fora
Vanderson falou ao Jornal Boa Nova sobre como São Vicente de Paulo inspira todos que seguem atualmente os passos dele, exemplo de amor aos pobres e o padroeiro de de todas as Associações católicas de caridade.
"Abrir o coração para fazer o bem"
Na nossa Arquidiocese, a herança da espiritualidade de São Vicente de Paulo é mantida viva todo dia no trabalho da Sociedade São Vicente de Paulo. O confrade Vanderson Aparecido Gomes Magalhães, Coordenador do Projeto Trailer do Banho Vicentino em Juiz de Fora, fala sobre o exemplo de São Vicente de Paulo.
Vanderson Magalhães lembra que São Vicente de Paulo convida todos a abrirem o coração à caridade e à missão de fazer sempre o bem.
"A verdadeira caridade abre os braços e fecha os olhos”. A frase de São Vicente de Paulo foi o tema do editorial do Jornal Boa Nova nesta quarta (27), com Padre Camilo de Paiva.
Inspiração para todos os católicos, reforça Papa Francisco
"Que o seu exemplo nos impulsione a estar próximos dos irmãos necessitados".
Papa Francisco se manifestou no perfil oficial nas redes sociais sobre São Vicente de Paulo, neste dia consagrado ao santo que se dedicou ao serviço dos pobres e é o padroeiro de todas as associações de caridade.
Programação em honra à São Vicente de Paulo na Arquidiocese
Na Arquidiocese de Juiz de Fora, há festas em honra a São Vicente de Paulo em cidades região. Em Coronel Pacheco, na Paróquia São Vicente de Paulo, haverá procissão pelas ruas do centro a partir das 17h, seguida de Missa na Matriz na Praça Carlos Chagas, s/nº, Centro e funcionamento de barraquinhas.
Em Juiz de Fora, a Matriz São Vicente de Paulo no Borboleta tem missa festiva às 19h30 e funcionamento de barraquinhas, no salão paroquial na Matriz na Rua Tenente Paulo Maria Delage, 325 .
Na Igreja São Vicente de Paulo no Bairro Nova Era, hoje às 18h30 tem terço com os Vicentinos e às 19h, procissão saindo e retornando à igreja para a Missa Solene, seguida de funcionamento de barraquinhas na Matriz Rua Jair Spinelli, 111, Bairro Nova Era. A festa terá programação com terços e missas na quinta e na sexta; e terço no sábado
No Bairro JK, a Igreja São Vicente de Paulo realiza missa festiva às 17h no sábado, dia 30. A igreja fica na Rua Francisco Alves Barbosa, 193, no Bairro JK
Em Lima Duarte, a Igreja São Vicente de Paulo, que fica na Rua José de Sales, 542, Albergue, hoje à noite tem missa na Comunidade Santa Teresinha
Em Santana do Garambéu, a comunidade São Vicente de Paulo tem missa festiva às 19h na igreja que fica no Conjunto Habitacional (COHAB)
E o Conselho Metropolitano de Juiz de Fora orientou as unidades vicentinas a celebrarem a festa do padroeiro em suas comunidades/paróquias. Na Igreja Nossa Senhora de Lourdes, no Bairro Francisco Bernardino, a Missa festiva será às 19h, enquanto na Matriz da Paróquia São Pio X, no Ipiranga, a Celebração Eucarística será às 19h30.
História de São Vicente de Paulo
Fonte: Vatican News
“Meus irmãos, amemos a Deus, custe o que custar, com a fadiga dos nossos braços e o suor do nosso rosto”.
Vicente de Paulo nasceu, em 1581, em uma pequena cidade da Gasconha, região da França, no seio de uma família de camponeses. Embora tenha transcorrido a sua adolescência no campo, a sua perspicácia foi percebida por um benfeitor, que lhe ofereceu a oportunidade de estudar, tanto que, em 1600, com apenas 19 anos, foi ordenado sacerdote, mas obteve o diploma em teologia somente em 1604. Abriu uma escola particular, mas teve muitos gastos. Além disso, durante uma viagem marítima de Marselha a Narbonne, seu navio foi atacado por piratas: Vicente foi preso e vendido como escravo em Túnis. Ao receber sua alforria, dois anos depois, voltou para França, graças ao seu terceiro patrão, que, no entanto, se converteu ao cristianismo.
De mestre dos ricos a pároco dos pobres
Finalmente, em 1612, tornou-se pároco de uma igreja em Clichy, na periferia de Paris. No entanto, conheceu o Cardeal Pierre de Bérulle, que foi seu diretor espiritual, por muito tempo. Assim, começou suas atividades como catequista, mas, no ano seguinte, foi encarregado da formação dos filhos dos Marqueses de Gondi, onde permaneceu quatro anos. Ali, Vicente percebeu, pela primeira vez, o enorme abismo entre ricos e pobres, não só do ponto de vista material e social, mas também cultural e moral. Sua preocupação com a pobreza foi compartilhada pela Marquesa Gondi, que colocou uma grande quantidade de dinheiro à sua disposição, para que fosse instituída uma obra de pregação quinquenal entre os camponeses das suas terras. Contudo, não podendo contar com a ajuda de outros padres para esta missão, Vicente desistiu, deixando, temporariamente, o castelo para ir trabalhar em uma pequena paróquia na periferia de Châtillon-le-Dombez. Ali, em contato direto com a miséria dos camponeses, ficou mais chocado ainda com a situação.
A “descoberta” da Caridade, que mobiliza o mundo
A primeira coisa, que Vicente fez como pároco, foi cuidar de uma família doente, que não tinha o que comer. Por isso, promoveu uma rede promissora de solidariedade entre os paroquianos. Porém, percebeu que, quando o dinheiro acabasse, a família voltaria à sua indigência de antes. Daí, buscou outro meio, mais eficiente e em longo prazo, para ajudar esta e outras famílias necessitadas da região. Assim, em 20 de agosto de 1617, nasceu a primeira célula da Caridade Vicentina, que foi confiada, segundo os ditames da sociedade, às mulheres, que foram chamadas “Servas dos Pobres”. A instituição cresceu de modo extraordinário, obtendo, em tempo recorde, a aprovação do Bispo de Lyon. Vicente notou que a mobilizar todas as coisas era o amor; por isso, dedicou-se a ela de alma e corpo, transmitindo aos demais pelo menos um pouco daquele amor, com o qual se sentia profundamente amado por Deus.
Damas e Filhas: famílias da Caridade
Vicente voltou ao castelo de Gondi, mas, desta vez, só para tratar da promoção humana e material dos camponeses. Depois, transferiu-se para Paris, porque é nas grandes metrópoles que as diferenças sociais, entre quem tem tudo e quem não tem nada, são maiores: sentiu que era ali que devia intervir. Na capital, muitas senhoras nobres, ansiosas de fazer beneficência, quiseram contribuir, financeiramente, para suas obras de "Monsieur Vincent": assim, em 1617, nasceram as Damas da Caridade, entre as quais se encontrava também a futura rainha da Polônia. A obra mais importante que conseguiram realizar foi a abertura de um hospital municipal. Porém, as senhoras não davam conta, seja pelo seu número seja pela sua posição social, para atender às necessidades mais humildes. Por isso, em 1633, Vicente fundou uma Congregação feminina, inovadora para a época: as Filhas da Caridade, que não seriam "monjas", distantes do mundo e dedicadas à contemplação, mas "freiras", irmãs dos últimos, que vivem ao lado deles no mundo e deles cuidam diariamente. Enfim, pela primeira vez, também as mulheres consagradas participam do apostolado ativo. Ainda hoje, as Filhas da Caridade são a maior família religiosa feminina da Igreja.
Formação do clero e os "Lazaristas"
A obra incessante de Vicente não se limitou apenas à comunidade das Irmãs, mas começou a pregar a Palavra de Deus nas aldeias, onde muitos sacerdotes se uniram ele. Assim, nasceu uma nova comunidade, que contava com a ajuda financeira da família Gondi: a Congregação da Missão, mais tarde conhecida como Lazaristas, cuja sede foi o convento de São Lázaro. Entre as suas regras, destacavam-se a necessidade da vida em comum, a renúncia aos cargos eclesiásticos mais cobiçados, a assistência espiritual aos galeotes e o ensino do catecismo. Contudo, Vicente percebeu que, muitas vezes, a ignorância dos camponeses estava associada à pouca preparação dos sacerdotes, que deveriam cuidar deles, Por isso, comprometeu-se também com a formação do clero, promovendo exercícios espirituais e animando os "encontros das terças-feiras", nos quais os sacerdotes transmitiam suas experiências apostólicas e encaminhavam suas vocações à santidade.
“Regulae” de Monsieur Vincent
Vicente de Paulo faleceu em Paris, em 27 de setembro de 1660, com a idade de 79 anos, sem deixar nenhuma obra escrita. A sua única obra ou a sua obra-prima foi a Caridade: uma caridade, o verdadeiro amor, que não fazia distinção entre o de Deus e o ao próximo. A espiritualidade vicentina, fundada na dupla descoberta de Cristo e dos pobres, na igualdade entre a oração e ação, no compromisso com o mundo e para o mundo, concretiza-se com a evangelização e a promoção humana. Seus Filhos religiosos, portanto, se inspiram apenas nas "Regulae", que encarnam as características do espírito vicentino: simplicidade, humildade, mansidão, mortificação e zelo pela salvação das almas. São Vicente de Paulo foi canonizado por Clemente XII, em 1737, enquanto, em 1885, o Papa Leão XIII o proclamou padroeiro de todas as Associações católicas de caridade.
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