Por Rádio Catedral
O trânsito já está liberado no viaduto Roza Cabinda, que liga a região Leste ao Centro de Juiz de Fora pela Rua Benjamin Constant. O elevado foi inaugurado na sexta, em cerimônia que teve a presença do presidente Lula e ministros do governo federal, que anunciaram investimentos na cidade e na região.
Durante a solenidade, o ministro dos Transportes, Renan Filho e o presidente assinaram duas ordens de serviço no valor de R$ 88,8 milhões, para o início das obras de recuperação de 107,5 km da BR-267, entre Leopoldina e Juiz de Fora, e de Juiz de Fora até Bom Jardim. Serão investidos cerca de R$ 60 milhões em serviços de manutenção e conservação como recuperação do pavimento e da sinalização horizontal, limpeza da pista e dos dispositivos de drenagem por um período de dois anos.
A outra ordem de serviço autoriza obras de conservação e recuperação de dois trechos: os km 118,3 e o km 213,2 na BR-267 e do km 0 ao4,9 da BR-499, em Santos Dumont, com cerca de R$ 28,8 milhões aplicados em melhorias ao longo de dois anos.
O ministro da Educação, Camilo Santana, falou sobre a liberação em breve de recursos para a educação integral no município e também comentou sobre o processo envolvendo a retomada das obras do HU-UFJF.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reiterou a promessa de entregar o novo HU-UFJF para Juiz de Fora.
Viaduto Roza Cabinda
Sobre o viaduto Roza Cabinda, as autoridades destacaram a agilidade no trânsito, ao acabar com a passagem de veículos e ônibus na passagem em nível na Rua Benjamin Constant, com alça de acesso à Avenida Francisco Bernardino.
Também foi ressaltado que o elevado conclui o binário de ligação, iniciado com a abertura do Viaduto Helio Fádel Araújo, à Região Leste e à Avenida Brasil, e agilizando o trajeto para a Região Norte.
Ainda de acordo com a Prefeitura, o entorno do viaduto será urbanizado, com a melhoria da acessibilidade, iluminação e travessias de pedestres. O projeto executivo foi doado pela MRS Logística, concessionária responsável pela ferrovia na região.
A obra começou em 15 de maio de 2023, com orçamento de R$ 19.837.170,56 milhões, sendo executadas pelo Consórcio Marco XX – Criar: 80% dos recursos foram do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), do Governo Federal e 20% da Prefeitura de Juiz de Fora.
Quem foi Roza Cabinda?
Em 1873, Juiz de Fora era o município cafeeiro com a maior população de pessoas escravizadas de Minas Gerais. Nesta época, Roza Cabinda, uma mulher escravizada de 44 anos, entrou na Justiça para comprar sua liberdade.
Sancionada em setembro de 1871, a Lei do Ventre Livre determinou que mulheres escravizadas dariam à luz apenas bebês livres. A norma também previu a figura da “autocompra”, isto é, que os escravizados que apresentassem aos senhores o valor correspondente à sua pessoa teriam direito à liberdade.
Valendo-se dessa Lei, Roza Cabinda ofereceu ao seu senhor, Henrique Halfeld, a quantia de 300 réis. Inicialmente, Halfeld recusou-se a libertá-la, sob o argumento de que Roza era excelente na execução dos serviços domésticos e que a quantia por ela oferecida estava abaixo de seu valor de mercado. Transcorrido o processo judicial, Halfeld concordou com a alforria, após nova avaliação. Em 2 de julho de 1873, Roza Cabinda obteve na Justiça o direito à liberdade – um direito conquistado e positivado em lei.
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