Papa Leão XIV: 'façamos da nossa diversidade um laboratório de unidade e comunhão'
- Radio Catedral
- 30 de jun.
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Por Thulio Fonseca – Vatican News

Comunhão eclesial e vitalidade da fé: foram estes os dois aspectos que o Papa Leão XIV sublinhou ao proferir a homilia na Santa Missa da Solenidade dos Santos Pedro e Paulo, neste domingo, 29 de junho. Aproximadamente 11 mil fiéis acompanharam a celebração, 5.500 no interior da Basílica de São Pedro e cerca de 5.000 na Praça São Pedro.
Presentes na celebração, como é tradição, também estava uma delegação do Patriarcado Ecumênico de Constantinopla. A Santa Sé retribui este gesto fraterno enviando, por sua vez, um representante para a Festa de Santo André, em 30 de novembro, padroeiro da Igreja de Constantinopla.
Em sua homilia, o Papa Leão XIV recordou que os Santos Pedro e Paulo são “irmãos na fé, colunas da Igreja e patronos da diocese e da cidade de Roma”. Refletindo sobre o testemunho dos Apóstolos, o Pontífice destacou, em primeiro lugar, a importância da comunhão eclesial. A liturgia desta solenidade, observou, apresenta Pedro e Paulo unidos no mesmo destino: o martírio, que os associou definitivamente a Cristo. Na primeira leitura, Pedro aparece preso, aguardando a execução; na segunda, Paulo, também encarcerado, se despede, ciente de que seu sangue será oferecido a Deus. “Ambos dão a vida pela causa do Evangelho”, afirmou o Papa.
No entanto, o Santo Padre ressaltou que essa comunhão não foi fruto de um caminho simples. Pedro e Paulo trilharam percursos muito diferentes, tanto em origem quanto em missão: “Simão, pescador da Galileia, deixou tudo para seguir o Senhor; Saulo, fariseu e perseguidor dos cristãos, foi transformado pelo Cristo ressuscitado.” O Papa recordou ainda que não faltaram tensões entre eles, como o episódio em Antioquia, quando Paulo confrontou Pedro publicamente (cf. Gl 2,11). “Mas isso não impediu que vivessem a concordia apostolorum, uma comunhão viva no Espírito, uma sintonia fecunda na diversidade”, afirmou.
Renovar-se na comunhão e no testemunho
Dirigindo-se especialmente à Igreja de Roma, Leão XIV exortou para que essa seja cada vez mais sinal de unidade e de uma fé viva: “Uma comunidade de discípulos que testemunham a alegria e a consolação do Evangelho em todas as situações humanas.”
Na alegria desta comunhão, o Papa saudou os Arcebispos que neste dia receberam o Pálio, sinal da missão pastoral confiada a cada um e da comunhão com o Sucessor de Pedro. Manifestou também sua gratidão aos membros do Sínodo da Igreja Greco-Católica Ucraniana presentes na celebração, pedindo a Deus o dom da paz para o povo ucraniano. Por fim, saudou a Delegação do Patriarcado Ecumênico enviada por Sua Santidade Bartolomeu, reiterando o compromisso com o caminho ecumênico.
“Fortalecidos pelo testemunho dos Santos Pedro e Paulo, caminhemos juntos na fé e na comunhão. Que sua intercessão acompanhe a Igreja, a cidade de Roma e todo o mundo”, concluiu o Papa.
Bênção e imposição dos pálios
Em seguida, o Santo Padre presidiu os ritos da bênção e da imposição dos pálios. Os diáconos retiraram os paramentos que estavam depositados junto ao túmulo de São Pedro e os apresentaram ao Pontífice. O cardeal proto-diácono, Dominique Mamberti, apresentou os novos arcebispos metropolitanos, que então fizeram o juramento de fidelidade ao Papa e à Igreja de Roma. Ao todo, 54 arcebispos metropolitanos — entre eles cinco brasileiros — receberam o pálio das mãos do próprio Papa, que o impôs sobre seus ombros.
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