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Hanseníase: prevenção, combate e desafios

  • Foto do escritor: Radio Catedral
    Radio Catedral
  • 30 de jan. de 2024
  • 4 min de leitura

A campanha Janeiro Roxo visa trazer informação e conscientização sobre a hanseníase. Ação Social Franciscana – Sefras – luta ao lado de pacientes pela cura e dignidade.


Por Fabíola Castro

Imagem: SES-MG | Divulgação.

No dia 31 de janeiro é celebrado no Brasil o Dia Nacional de Combate e Prevenção da Hanseníase, dentro da campanha temática Janeiro Roxo.


A discussão sobre a origem da hanseníase no continente asiático ou africano ainda se mantém entre os especialistas, todavia, sabe-se que é conhecida há mais de quatro mil anos na Índia, China, Japão e Egito. No decorrer dos séculos, ainda de forma imprecisa, a hanseníase era agrupada juntamente com outras dermatoses como a psoríase, escabiose e impetigo pela designação de lepra.


A hanseníase acomete pessoas de ambos os sexos e de qualquer idade. Entretanto, é necessário um longo período de exposição à bactéria, sendo que apenas uma pequena parcela da população infectada realmente adoece. As lesões neurais decorrentes conferem à doença um alto poder de gerar deficiências físicas e configuram-se como principal responsável pelo estigma e discriminação às pessoas acometidas.


Em 1995, como iniciativa para ressignificação social da doença, o Brasil determinou através da Lei nº 9.010, que o termo “lepra” e seus derivados não podem mais ser utilizados na linguagem empregada nos documentos oficiais da Administração centralizada e descentralizada da União e dos estados. Esses passos foram importantes para ampliar a compreensão da história da hanseníase enquanto uma trajetória que não é do bacilo, mas de pessoas e famílias acometidas pela doença.


A Diretora de Vigilância de Condições Crônicas da Secretária de Estado de Saúde de Minas Gerais, Ana Paula Mendes Carvalho, explica sobre a hanseníase, suas características e sintomas.



Diante desses sinais e sintomas, a pessoa deve procurar atendimento médico.



Feito o diagnóstico, conforme Ana Paula Mendes Carvalho, o tratamento deve ser seguido corretamente para que o paciente não transmita a doença e busque a cura da hanseníase.



A Diretora de Vigilância de Condições Crônicas da Secretária de Estado de Saúde de Minas Gerais, Ana Paula Mendes Carvalho, fala sobre as ações da saúde estadual para combater e tratar a hanseníase.



Em Minas Gerais há um aumento de casos de hanseníase nos últimos anos, de acordo com a Diretora de Vigilância de Condições Crônicas da Secretária de Estado de Saúde, Ana Paula Mendes Carvalho, que ressalta a importância de se divulgar informações corretas a respeito.




Cuidado e atenção a quem tem hanseníase



No que diz respeito aos cuidados de pacientes com hanseníase, principalmente em situação de vulnerabilidade, existe o Projeto Franciscanos pela Eliminação da Hanseníase e também a Casa de Alice Tibiriçá, comandada pelo Sefras - Ação Social Franciscana, com um serviço focado na eliminação da doença no Brasil.


A instituição possui uma abordagem que reflete os princípios franciscanos, como acolhida, escuta, cuidado, defesa e apoio social a famílias pobres afetadas pela hanseníase. Além do tratamento, a organização se dedica à conscientização, promoção dos direitos humanos e à luta por políticas públicas de saúde específicas para essa população.

O Frei José Francisco, diretor-presidente do Sefras, fala sobre as ações sociais franciscanas com essa finalidade.



Uma ação, segundo Frei José Francisco, que transcende o tempo e está ao lado daquelas pessoas em extrema vulnerabilidade.



Frei José Francisco conta também que o trabalho é focado na eliminação da hanseníase visando diagnosticar o mais precoce possível para cura e qualidade de vida das pessoas.



O mês Janeiro Roxo, ressalta Frei José Francisco, vem como uma luz para informar as pessoas sobre a doença e a buscar por ajuda quando for necessário.



Frei José Francisco finaliza destacando os números de hanseníase no Brasil que ainda são muito altos.




Convivendo com a doença na busca pela cura


Maria Aparecida, de 29 anos, que vive no centro de São Paulo, foi diagnosticada com hanseníase. Ela conta da descoberta do diagnóstico e relata as dificuldades enfrentadas desde então



Maria Aparecida é atendida pelo Sefras - Ação Social Franciscana, uma ajuda segundo ela muito importante.



A saúde mental é algo que também é afetado diante de uma doença ainda estigmatizada pela falta de informação de muitas pessoas. Maria Aparecida fala dessa dificuldade que é mais uma batalha no caminho da busca pela cura.



Diante de tudo isso, da falta de esclarecimento de muitas pessoas acerca da hanseníase, é que precisamos falar, trazer esses relatos para que haja esclarecimento tanto de quem precisa se atentar e diagnosticar frente aos sinais e sintomas, quanto a quem ainda nutre algum tipo de preconceito.


Por isso também tão importantes são as ações sociais para evitar o isolamento de pessoas acometidas pela hanseníase, como é o caso do Sefras - Ação Social Franciscana.


Reforçando que é muito importante o diagnóstico precoce da hanseníase e início imediato do tratamento, que, assim que iniciado, põe fim à transmissão. O diagnóstico e tratamento são oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Quanto mais cedo for diagnosticada a doença, de mais sucesso será o tratamento.


Em Juiz de Fora, a porta de entrada para a busca de ajuda são as Unidades Básicas de Saúde (UBS) de referência da pessoa ou o PAM Marechal, em caso de não haver UBS referência na área onde a pessoa mora. Dali ela é encaminhada, segundo necessidade apurada. A pessoa passa por avaliação dermatoneurológica e, mediante avaliação dos sintomas, é feito o encaminhamento para o tratamento.


O Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora (HU-UFJF) oferece tratamento para a hanseníase de forma totalmente gratuita. O paciente necessita de encaminhamento da Unidade Básica de Saúde de sua região de domicílio (se morador de Juiz de Fora) ou da Secretaria Municipal de Saúde (caso seja de outra cidade).


Mais informação sempre e menos preconceito!



*Com informações do site do Ministério da Saúde e da SES/MG.

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