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Diagnóstico da população de rua em JF aponta 805 pessoas nessa condição, um aumento de 110%

Foto do escritor: Radio CatedralRadio Catedral

Atualizado: 27 de mai. de 2023

Por Rádio Catedral

*Foto: Freepik.

Em uma parceria da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) e da Universidade de Juiz de Fora (UFJF) foi realizada a elaboração do Censo e o Diagnóstico da População Adulta em Situação de Rua de Juiz de Fora. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira, 26, e apontaram que entre 2016 e 2022 a população em situação de rua passou de 384 pessoas para 805, um aumento de 110%.


A pesquisa para a elaboração do diagnóstico foi realizada na última semana de outubro de 2022 com aplicação de questionários. Um trabalho feito por mais de 50 estudantes dos diversos cursos da UFJF.


Conforme a metodologia e amostragem, responderam a pesquisa 190 pessoas em situação de rua, 23,6% da população contabilizada. De acordo com o documento, o perfil médio da pessoa em situação de rua em Juiz de Fora é do sexo masculino, homens cisgêneros, heterossexuais, pretos e pardos, possuem entre 30 e 50 anos (adultos maduros) e estão em situação de rua há mais de cinco anos.


Segundo a secretária de Assistência Social da PJF, Malu Salim, o diagnóstico se fazia essencial para o apontamento das ações por políticas públicas, fortalecendo o trabalho com evidências e trazendo dados que apontem a necessidade da população. Ainda de acordo com a responsável pela pasta, “a pandemia da Covid-19 elevou ainda mais a vulnerabilidade das pessoas que vivem em situação de rua, ampliando o contingente populacional, por isso a importância deste censo e diagnóstico".


Conforme a Secretária Malu Salim, "o desenho da assistência em Juiz de Fora é de proteção social e gestão das pessoas para sair das ruas, por isso estamos buscando possibilidades para atender a diversidade da população em situação de rua. Exemplo disso são as Casas de Passagem, Casas 24 horas, Hotel, Núcleos de Populações em Situações de Vulnerabilidade e Saúde Mental na Atenção Básica (Nupops) e o auxílio moradia. São necessárias políticas de acolhimento, moradia, trabalho e renda. Isso é fundamental para essa população”, destacou.


Objetivo do trabalho


O objetivo geral do trabalho foi quantificar e investigar as características socioeconômicas e demográficas das pessoas adultas em situação de rua em Juiz de Fora para investimento e apontamento das demandas de políticas públicas a serem desenvolvidas para esta parcela da população.

Com o estudo, conforme divulgado, foi possível criar base de dados, contribuir com a realização das funções de ensino, pesquisa e extensão das universidades públicas e subsidiar políticas públicas. O diagnóstico atende também a uma demanda de movimentos sociais e de entidades e organizações de defesa dos direitos humanos. Trata-se uma atividade estreitamente ligada aos interesses de uma parcela da população que vivencia uma condição precária de acesso aos direitos.


Participaram da elaboração e da conclusão do diagnóstico, além da secretária de assistência social, Malu Salim e da professora Viviane Pereira, os professores da faculdade de Serviço Social, Alexandre Arbia, Ana Maria Ferreira, Marina Barbosa, Fábio Calleia, Marina Castro, Telmo Ronzani do departamento de psicologia e Luiz Claudio Ribeiro, professor do departamento de estatística; a arquiteta Juliana Varejão; a subsecretária de Proteção Social Cristiane Nasser; a subsecretária de Vigilância e Monitoramento; Meirijane Teodoro; e a gerente do Departamento de Proteção Especial, Maria Cláudia Dutra.

Também foram parceiros do estudo a Pró-reitoria de Extensão (Proex), Fundação de Apoio e Desenvolvimento ao Ensino, Pesquisa e Extensão (Fadepe) e o Centro Regional de Inovação e Transferência de Tecnologia (Critt).

Alguns dados de destaque:

43,2 anos é a média de idade encontrada (40 a 49)

84,7% sexo masculino

75% pretos e pardos


Trajetória


71% possuíam domicílio antes de dormir nas ruas

39,5% estão nas ruas há mais de cinco anos

35,3% foram para as rua na pandemia de COVID 19

46,3% dormem sempre nos acolhimentos

54,2% trabalhavam de carteira assinada antes de irem para as ruas


Saúde


59,5% dependência de álcool e outras drogas


O que precisam para sair das ruas


48,2% emprego

44,6% moradia

Confira aqui o diagnóstico completo.

Livro está sendo produzido


Um livro bibliográfico está em fase de construção e será impresso pela editora da UFJF. A publicação prevista para o segundo semestre trará uma análise aprofundada dos dados do diagnóstico com capítulos sobre a relação da universidade com a sociedade e a ocupação da população em situação de rua em Juiz de Fora.


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