Por Rádio Catedral, com Agência Brasil
A partir de 1º de novembro, quem financiar imóveis pela Caixa Econômica Federal enfrentará novas regras para concessão de crédito habitacional. O banco decidiu aumentar as exigências para a entrada e reduzir o percentual de financiamento no Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo que utiliza recursos da caderneta de poupança.
Pelo sistema de amortização constante (SAC), no qual as prestações diminuem ao longo do tempo, o valor da entrada subirá de 20% para 30% do preço do imóvel. Já pelo sistema Price, onde as parcelas são fixas, a entrada será ainda maior, passando de 30% para 50%. Além disso, só quem não tiver outro financiamento habitacional ativo com a Caixa poderá solicitar o crédito.
A mudança também inclui a limitação do valor máximo de avaliação dos imóveis a R$ 1,5 milhão em todas as modalidades, com a justificativa de que a carteira de crédito habitacional do banco ultrapassou o orçamento previsto para 2024. Até setembro, a Caixa já havia liberado R$ 175 bilhões em crédito imobiliário, um aumento de quase 29% em relação ao mesmo período do ano passado.
O banco destacou que as mudanças não afetam os empreendimentos habitacionais já financiados diretamente pela Caixa, onde as condições atuais serão mantidas. O banco concentra a maior parte do financiamento imobiliário no Brasil, com 70% de participação no mercado.
A decisão de apertar as regras para concessão de crédito habitacional foi influenciada por uma série de fatores, como o aumento nos saques da caderneta de poupança e as restrições para as Letras de Crédito Imobiliário. Em setembro, os brasileiros retiraram R$ 7,1 bilhões a mais da poupança do que depositaram, o que pressionou os recursos disponíveis.
Ainda não se sabe se essas medidas serão revertidas em 2025 ou se parte delas será mantida permanentemente, dependendo das condições de crédito e orçamento do banco para o próximo ano.
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