A mais antiga igreja da região aparece em quadro sobre a Inconfidência, nem sempre foi consagrada à Virgem do Rosário e possui túneis que ainda não se sabe para que serviam.
Por Roberta Oliveira
Aos 314 anos, a Capela de Nossa Senhora do Rosário testemunhou a mudança da sociedade em seu entorno, inclusive o nascimento do município de Matias Barbosa, na Zona da Mata.
E, na interpretação do artista Antônio Parreiras, ela também presenciou a passagem dos inconfidentes presos na viagem para o Rio de Janeiro, onde seriam julgados. A capela aparece na parte alta, à direita, no fundo do quadro quase centenário “A Jornada dos Mártires”, que faz parte do acervo do Museu Mariano Procópio, em Juiz de Fora.
A capela está na Praça de Nossa Senhora do Rosário, às margens do antigo traçado da Estrada União e Indústria, que é a Avenida Cardoso Saraiva. Desde 1969, é um bem tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Segundo o site da Arquidiocese, as missas na Capela são celebradas nas primeiras quintas-feiras de cada mês, às 18h30, com adoração ao Santíssimo a partir das 17h30.
Capela do Rosário e os inconfidentes
A obra "Jornada dos Mártires" completa 95 anos em 2023 e foi feita em 1928 por encomenda das autoridades de Juiz de Fora para destacar a participação da região na Inconfidência.
A historiadora do Museu Mariano Procópio, Rosane Carmanini Ferraz falou sobre a tela que faz parte da mostra “Fios de Memória: a formação das coleções do Museu Mariano Procópio” em um vídeo para a Prefeitura de Matias Barbosa (confira a íntegra abaixo).
Mathias Barboza, a Capela e Nossa Senhora
A construção da capela em 1709 antecede a criação do Município. O historiador Ronei Fabiano Alves conta que ela fazia parte das edificações da moradia inicial do fazendeiro Mathias Barboza.
A capela sempre foi dedicada à Nossa Senhora. No entanto, inicialmente, era a outro título mariano, segundo o historiador Ronei Fabiano Alves.
O historiador Ronei Fabiano Alves explicou como ocorreu a mudança da consagração da Capela para Nossa Senhora do Rosário.
Para que serviam os túneis da Capela do Rosário?
Outra curiosidade que intriga moradores é a presença de um sistema de túneis que foram construídos na mesma época que a capela, no início do século XVIII. Eles foram restaurados nos anos 2000 para serem reabertos para visitação.
Ainda não se sabe ao certo qual é a finalidade deles. As suspeitas incluem que o sistema era para proteção das pessoas em caso de algum ataque ou para esconder riquezas dos moradores da fazenda.
No entanto, o historiador e diretor de Cultura de Matias Barbosa, Ricardo Sartine, indica outra possibilidade: os túneis eram usados por contrabandistas de ouro.
"Os túneis seriam usados por contrabandistas de ouro. Matias Barbosa fazia parte do Caminho Novo, por onde se escoavam o ouro e os diamantes garimpados em Minas Gerais. Pelas galerias, chegavam até a capela imagens ocas, recheadas de diamantes e ouro, os chamados santos do pau oco. As imagens eram colocadas na capela e depois recolhidas por alguém que seguia o caminho", explicou.
Assista à íntegra do vídeo sobre a Capela do Rosário e a tela "A Jornada dos Mártires"
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