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Instituições repudiam atos contra a democracia ocorridos em Brasília neste domingo, 8 de janeiro

Por Fabíola Castro

*Foto: Marcelo Camargo | Agência Brasil.

Órgãos como a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Universidade Federal de São João Del-Rei (UFSJ), a Câmara Municipal de Juiz de Fora, a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (ABERT) e também a Prefeita de Juiz de Fora, Margarida Salomão, divulgaram notas de repúdio aos atos contra a democracia e de vandalismo ocorridos em Brasília neste último domingo, 8 de janeiro.


Também a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) condenou "os ataques criminosos ao estado democrático de direito e pede contenção e responsabilização no rigor da lei". Além de organismos do povo de Deus que repudiam ataques feitos contra as sedes dos Três poderes da República, em Brasília.


Em audiência ao Corpo Diplomático, o Papa Francisco citou o Brasil ao manifestar sua preocupação com o enfraquecimento da democracia. "Sempre é preciso superar as lógicas parciais e trabalhar pela construção do bem comum."


Atos de vandalismo*

(Informações da Agência Brasil)


Manifestantes apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro invadiram o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal (STF) neste último domingo, 8 de janeiro. Os atos criminosos começaram após a barreira formada por policiais militares na Esplanada dos Ministérios, no centro de Brasília, que estava fechada, ter sido rompida.


As invasões começaram pelo Congresso Nacional, ocupando a rampa e soltando foguetes. Depois eles quebraram o vidro do Salão Negro do Congresso e danificaram o plenário da Casa. Após a depredação no Congresso, invadiram o Palácio do Planalto, onde também subiram a rampa e conseguiram chegar até o terceiro andar, que abriga o gabinete do Presidente da República. Em seguida, houve depredação no Supremo Tribunal Federal (STF), onde foram quebrados vidros e móveis, arrancadas as cadeiras do plenário, em um cenário de destruição.


Repúdio aos atos antidemocráticos e de vandalismo


Prefeita de Juiz de Fora


A Prefeita de Juiz de Fora, Margarida Salomão, divulgou um vídeo repudiando os atos, no qual ela chamou os acontecimentos de "barbárie".


Margarida disse ainda que são atos que atrasam o desenvolvimento e rumo da história do país.


Manifestações de repúdio por meio de notas


Câmara de Juiz de Fora


A Câmara Municipal de Juiz de Fora vem a público manifestar repúdio aos atos ocorridos em Brasília, no último domingo, 08 de janeiro de 2023. Os ataques contra os Poderes Representativos do Brasil - Executivo, Legislativo e Judiciário - caracterizam uma agressão à democracia. A Câmara Municipal de Juiz de Fora soma-se aos defensores das liberdades e das instituições democráticas, prezando, acima de tudo, o respeito à Constituição Federal de 1988. Desta forma, consideramos que todos os esforços devem ser concentrados e providências imediatas precisam ser tomadas, a fim de prevalecer a paz, união e a ordem democrática.


UFJF


A Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) manifesta seu mais intenso repúdio aos atos perpetrados por golpistas e terroristas que atacaram a democracia brasileira e, ao fim e ao cabo, o Estado Democrático de Direito. Neste triste 8 de janeiro, os atos de destruição no Palácio do Planalto, no Congresso Nacional e no Supremo Tribunal Federal revelam tanto o desprezo às instituições quanto o desvario daqueles que recusam o resultado eleitoral, desafiam o poder legítimo e atacam a própria República.


Todo o rigor deve ser utilizado para a apuração tanto dos responsáveis quanto daqueles que insistem em financiar atos antidemocráticos. Se as instituições operam de forma ativa, elas precisam apurar, julgar e punir quem atua, financia e estimula tais atos. Não se espera menos para quem destrói, depreda e tem a intenção manifesta de atirar no coração da democracia.


É pública e amplamente conhecida a existência de sucessivos atos envolvendo ações difamatórias contra instrumentos eleitorais e mesmo o estímulo às ações golpistas por parte de atores cuja missão deveria ser a defesa da democracia e da República. A ocupação dos espaços públicos, com a evidente intenção de atuar contra a democracia, reforça a tese de que o direito à manifestação em nenhum momento pode permitir que o próprio regime democrático seja destruído pelas ações dos seus inimigos. O tempo alimentou o monstro e seus frutos apodrecidos, agora, precisam ser detidos.


A UFJF, como instituição também em defesa dos direitos, da democracia e da ciência, considera inaceitáveis os atos trágicos do 8 de janeiro e reafirma sua convicção de que todos os valores da liberdade, da justiça e dos direitos jamais podem estar sob a ameaça de seus inimigos declarados.


Prof Marcus Vinicius David

Reitor da UFJF

Profa Girlene Alves da Silva

Vice-reitora da UFJF


UFSJ


“Aqueles que atentam contra o Estado Democrático de Direito devem ser punidos com o rigor da lei”


A Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ), em nome de toda comunidade acadêmica, repudia veementemente os atos terroristas contra a democracia e o povo brasileiro. Aqueles que atentam contra o Estado Democrático de Direito são criminosos e devem ser punidos com o rigor da lei, sejam quem forem os responsáveis.

Os ataques aos prédios dos Três Poderes da República foram atos planejados por aqueles que almejam o retorno da ditadura. Esses terroristas jamais destruirão o Estado Democrático de Direito. O povo brasileiro elegeu soberanamente um novo governo e estará sempre desperto para defender a democracia e um projeto de Brasil que valorize a diversidade de nossa população, os direitos humanos, a justiça social e a liberdade.


A UFSJ repercutiu também, em seus canais, o posicionamento da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) e do Fórum das Instituições Públicas de Ensino Superior do Estado de Minas Gerais (Foripes), presidido pelo reitor Marcelo Andrade.


ABERT


A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (ABERT) repudia, veementemente, a violência provocada por vândalos e terroristas que invadiram os prédios do Congresso Nacional, Supremo Tribunal Federal e Palácio do Planalto, neste domingo (8), e agrediram jornalistas que trabalhavam na cobertura dos atos antidemocráticos.


É inconcebível a omissão do governo do Distrito Federal em proteger os Três Poderes da República e garantir a segurança da imprensa que está nas ruas da cidade em coberturas complexas.


As invasões e atos de depredação a prédios públicos, assim como os ataques aos profissionais da comunicação são uma afronta à democracia e à Constituição Brasileira.


A ABERT pede às autoridades responsáveis uma rigorosa apuração dos fatos, com a identificação e punição dos criminosos.


CNBB


A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), perplexa com as graves e violentas ocorrências em Brasília (DF), manifestou-se neste domingo, 8 de janeiro, pelo seu canal no Twitter, sobre os atos antidemocráticos e de vândalos que invadiram e destruíram os prédios públicos, que simbolicamente representam o Estado brasileiro: a sedes do Congresso Nacional, do Supremo Tribunal Federal e o Palácio do Planalto.


A presidência da CNBB pede serenidade, paz e o imediato cessar dos ataques criminosos ao Estado Democrático de Direito. “Estes ataques devem ser imediatamente contidos e seus organizadores e participantes responsabilizados com os rigores da lei. Os cidadãos e a democracia precisam ser protegidos”, disse a mensagem.


Enfraquecimento da democracia


Guerra, vida, liberdade e democracia: estes foram os temas tratados pelo Papa Francisco ao receber em audiência os embaixadores acreditados juntos à Santa Sé, para o tradicional encontro de felicitação de Ano Novo. Nesta ocasião, o Pontífice faz um articulado discurso analisando os temas mais candentes para a comunidade global.


O Santo Padre manifestou sua preocupação com o “enfraquecimento” da democracia, cujo sinal são crescentes polarizações políticas e sociais, que não ajudam a resolver os problemas urgentes dos cidadãos.

“Penso nas várias crises políticas em diversos países do continente americano, com a sua carga de tensões e formas de violência que exacerbam os conflitos sociais.” E o Papa citou três países: Peru, Haiti e, nas últimas horas, o Brasil. "Sempre é preciso superar as lógicas parciais e trabalhar pela construção do bem comum."

“Senhoras e Senhores, seria maravilhoso que, ao menos uma vez, pudéssemos encontrar-nos apenas para agradecer ao Senhor Todo-Poderoso pelos benefícios que sempre nos concede, sem nos vermos constrangidos a enumerar as situações dramáticas que afligem a humanidade.”

Este é o papel da diplomacia, que deve aplanar os contrastes para favorecer um clima de mútua colaboração e confiança. Para Francisco, é ainda mais do que isso, é “um exercício de humildade, pois exige sacrificar um pouco de amor-próprio para entrar em relação com o outro a fim de compreender as suas razões e pontos de vista, contrastando assim a soberba e a arrogância humanas que são a causa de toda a vontade beligerante”.

A Santa Sé mantém relações diplomáticas com 183 países. A estes, acrescentam-se a União Europeia e a Soberana Militar Ordem de Malta.


Organismos do povo de Deus


O Conselho Nacional do Laicato do Brasil (CNLB) e a Conferência Nacional dos Religiosos do Brasil (CRB), organismos do Povo de Deus da Igreja no Brasil, divulgaram notas em que repudiam os atos antidemocráticos que provocaram as invasões e depredações às sedes dos três poderes da República: Executivo, Legislativo e Judiciário, na tarde deste domingo, 8 de janeiro, em Brasília.


Na nota, o CNLB afirma que reitera o apoio ao sistema democrático e considera que houve falta de intervenção eficiente da Polícia Militar do Distrito Federal. Diante dos fatos a nota exige “que os envolvidos em tais ações, bem como seus financiadores, sejam identificados e julgados pelos crimes cometidos”.


O CNLB convoca ainda na nota que mulheres e homens de boa vontade, movimentos sociais e expressões eclesiais se juntem a partir da cultura de paz para “trabalharmos por uma sociedade justa e fraterna, sem exclusões e preconceitos”.


Repúdio a atos terroristas


Já a Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB) também expressou em nota o mais veemente repúdio aos atos terroristas acontecidos neste domingo. “Urge que seus feitores, mentores, instigadores e financiadores sejam identificados, responsabilizados e punidos conforme as leis brasileiras, às quais todos os cidadãos estão submetidos, para que atos semelhantes não voltem a se repetir”.


A nota convida ainda a toda a vida religiosa consagrada a “unir-se em oração e em ação para que a nação brasileira tenha a força, coragem e a serenidade necessárias para superar o ódio e violência criminosamente semeada nas mentes e corações de alguns poucos que tentam destruir a possibilidade de convivência pacífica e amizade social entre brasileiros e brasileiras”.


Punição aos envolvidos


A Signis Brasil, Associação Católica de Comunicação de direito pontifício, também emitiu nota de repúdio atos antidemocráticos. Segundo a associação, “não podemos mais aceitar atos criminosos disfarçados de manifestações”.


A nota destaca ainda que esses atos atacam as instituições democráticas, as leis do país e o povo brasileiro. “É urgente que os os executores, os mandantes e os financiadores sejam identificados e punidos no rigor da lei. Seguimos atentos, unidos em oração e acreditando que a justiça punirá de forma exemplar cada um dos envolvidos nesses atos de terrorismo”.


Afronta ao Estado brasileiro


Em comunhão com a nota emitida pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), os bispos do Estado de São Paulo manifestaram repúdio pelos ataques “violentos e antidemocráticos” contra os três poderes, ocorrido ontem, 8 de janeiro.


Por meio de seu perfil em uma rede social, o cardeal Odilo Scherer afirmou ser “inaceitável o que aconteceu em Brasília”. Salientou que não tem cabimento no convívio democrático. “É necessário acalmar os ânimos. Quer quer ser respeitado, precisa respeitar”, disse em seu post.


Também por meio de nota, os bispos do regional Sul 1 da CNBB, que corresponde ao Estado de São Paulo, disseram que “a invasão e depredação de prédios públicos deixam a sociedade estarrecida, pois afrontam o Estado brasileiro e as instituições fundamentais da democracia”.

“Não se pode tergiversar quanto à salvaguarda do regime democrático de direito. É preciso refrear essa escalada de violência com os rigores da Lei. Alertamos aos membros de nossas comunidades para não se deixarem ludibriar com o engodo do autoritarismo, às vezes embutido em temas para irrenunciáveis”, diz um trecho da nota.

Confira a nota na íntegra (aqui).


Conversando com a Rádio Vaticano – Vatican News, o arcebispo do Rio de Janeiro, cardeal Orani João Tempesta invocou a paz e apelou pelo fim violência. Dom Orani falando do assalto aos palácios do poder em Brasília, definiu as cenas de ontem como “deploráveis”, ressaltando que trouxeram à tona “as divisões do Brasil”. Diante disso, o cardeal apelou à “unidade e convergência” do povo brasileiro. “Precisamos de um diálogo fraterno”, continuou, “que respeite as diferentes culturas e religiões do país”. Finalmente, o cardeal Tempesta exortou a oração “por um diálogo, para olhar para o futuro e construir um tempo de paz e prosperidade para todos”.


Também o arcebispo emérito de Aparecida, cardeal Raymundo Damasceno Assis, que se encontra em Roma onde participou dos funerais de Bento XVI, disse à Rádio Vaticano – Vaticano News que segue os eventos através dos meios de comunicação. Conversando com brasileiros presentes em Roma disse que os mesmos manifestaram tristeza pelo que está ocorrendo no Brasil neste momento:

“Eu creio – afirmou – como disse o Papa Francisco hoje pela manhã aso Corpo Diplomático, que as soluções de conflitos, em qualquer lugar, e no caso específico do Brasil, passa pelo diálogo, para superar as lógicas parciais e trabalhar pela construção do bem comum. Eu acho que isso é fundamental. O Brasil nesse momento precisa se unir, encontrar soluções para os problemas que nós estamos enfrentando, através do diálogo, na verdade. Um diálogo na verdade e no respeito também, é claro, da Constituição do nosso país, no respeito das instituições para que possamos preservar sempre a democracia que é um bem fundamental para nós. Para que somando esforços nas diferenças que existem, e é normal em uma democracia, nós possamos sempre ter em mente o bem comum de todo o nosso país e de todo o povo brasileiro. Esses são os meus votos meus desejos desde aqui de Roma através da Rádio Vaticano”.
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